Guerra Rússia-Ucrânia

Berlim promete compensar alemães pelo aumento do preço do gás com bloqueio do Nord Stream 2

Vice-chanceler garante que a Alemanha pode prescindir por completo do gás russo.

Berlim promete compensar alemães pelo aumento do preço do gás com bloqueio do Nord Stream 2

 O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, defendeu hoje o bloqueio do gasoduto Nord Stream 2, alegando que nunca devia ter sido construído e prometeu compensar cidadãos e empresas pelo esperado aumento do preço do gás.

“Vamos atenuar a subida momentânea do preço do gás e os seus encargos para os cidadãos e empresas”, disse Habeck, vice-chanceler do governo de Olaf Scholz, em declarações à rádio pública alemã Deutschlandfunk.

Habeck, de Os Verdes, que chefia o superministério da Economia e do Clima desde dezembro, assegurou que a Alemanha tem gás suficiente e que o abastecimento está garantido, já que foram tomadas medidas nesse sentido.

O ministro disse ainda que a Alemanha pode prescindir por completo do gás russo, mas advertiu que isso teria um custo elevado.

Habeck considerou que o Nord Stream 2 nunca devia ter sido construído por ser “um enorme fator de risco no Báltico”, uma posição que sempre defendeu por, entre outros motivos, implicar uma forte dependência energética de Moscovo.

Berlim suspendeu processo do gasoduto russo Nord Stream 2

O chanceler Olaf Scholz anunciou na terça-feira a suspensão do processo de certificação do gasoduto, cuja construção terminou no ano passado, sem que tenha recebido licença para entrar em funcionamento.

O líder alemão, que até agora tinha evitado pronunciar-se sobre o futuro do gasoduto, apesar das pressões para a suspensão, acabou por tomar a decisão após o reconhecimento por parte da Rússia das regiões separatistas pró-russas do leste da Ucrânia.

O Nord Stream 2, de 1.235 quilómetros, foi construído para transportar gás russo diretamente para a Alemanha sem passar pela Ucrânia, tal como seu antecessor, o Nord Stream 1, em funcionamento desde 2011.

O grande projeto energético inicial foi assinado pelo então chanceler alemão Gerhard Schröder (1998-2005) e pelo presidente russo, Vladimir Putin, em abril de 2005, meses antes da chegada ao poder de Angela Merkel.

A suspensão do processo de certificação do gasoduto ocorre no ano em que a Alemanha deve encerrar as suas três últimas centrais nucleares.

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