Guerra Rússia-Ucrânia

Chegada de atletas ucranianos aos Jogos Paralímpicos Pequim 2022 “foi um milagre”

“Muitos elementos da nossa equipa tiveram dificuldade em escapar das bombas”.

Chegada de atletas ucranianos aos Jogos Paralímpicos Pequim 2022 “foi um milagre”

A chegada da delegação paralímpica ucraniana a Pequim, para participar nos Jogos de Inverno, foi “um milagre”, afirmou hoje o chefe da missão, garantindo que os atletas estão “muito motivados e querem defender o país”.

“É um milagre termos chegado aqui. Muitos elementos da nossa equipa tiveram dificuldade em escapar das bombas. A solução mais fácil teria sido não vir, mas não podíamos desistir”, afirmou Valeriy Sushkevych, presidente do Comité Paralímpico da Ucrânia.

Sushkevych admitiu não ter conseguido dormir após o anúncio da decisão, entretanto endurecida, do Comité Paralímpico Internacional (IPC) de autorizar a participação dos atletas russos e bielorrussos nos Jogos Pequim 2022 sob bandeira neutra.

O presidente do comité ucraniano deixou “um grande obrigado ao IPC” por ter reconsiderado a sanção inicial e ter proibido a participação de russos e bielorrussos na competição, que decorrerá entre sexta-feira e 13 de março.

“Uma superpotência [Rússia] quer destruir o nosso país” disse Valeriy Sushkevych, acrescentando: “A nossa presença nos Jogos tem grande significado, é um sinal de que a Ucrânia está viva e continuará a ser um país”.

O presidente do comité ucraniano afirmou que a viagem até à China foi difícil, lembrando que foi necessário juntar os atletas e material de competição que estavam dispersos em 11 regiões do país.

Valeriy Sushkevych garantiu que os 20 atletas e nove técnicos estão aliviados por terem chegado à China, mas muito preocupados com a situação na Ucrânia, que está a ser alvo de uma ofensiva militar russa.

“Muitos dos nossos atletas estão constantemente agarrados aos telemóveis a acompanhar a situação e a tentarem contactar com familiares. É difícil competir com calma nestas condições”, disse o presidente.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

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