Guerra Rússia-Ucrânia

China não está a enviar assistência militar a Moscovo

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, Pequim abstém-se de instar Vladimir Putin a retirar as tropas russas da Ucrânia.

China não está a enviar assistência militar a Moscovo

A China não está a enviar assistência militar a Moscovo para a ofensiva na Ucrânia, diz este domingo o embaixador chinês nos Estados Unidos, sem especificar se essa posição também se aplica no futuro.

“Há desinformação de que a China está a fornecer assistência militar à Rússia. Nós rejeitamo-la”, diz Qin Gang, numa entrevista à CBS.

O embaixador chinês indica que a China “envia comida, medicamentos, sacos-cama e leite em pó”.

“Não armas ou munições para as partes [do conflito]”, acrescenta, garantindo que o país fará tudo para uma diminuição da escalada.

No entanto, evita indicar se esta posição se irá manter no futuro, dois dias depois de o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter alertado o seu homólogo chinês, Xi Jinping, de que haveria “consequências” se Pequim desse apoio material à Rússia.

Posição dúbia da China

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, o regime comunista chinês absteve-se de instar Vladimir Putin a retirar as tropas russas da Ucrânia.

“Uma condenação não resolve o problema. Eu ficaria surpreendido se a Rússia recuasse por causa das condenações”, acrescenta o diplomata chinês durante a entrevista.

Questionado se Xi Jinping pediu a Vladimir Putin para pôr fim à invasão da Ucrânia, Qin Gang diz que, “no segundo dia da operação militar da Rússia”, o Presidente chinês apelou para que Putin “considerasse retomar as negociações de paz”.

Na sexta-feira, numa videoconferência, Joe Biden advertiu Xi Jinping para as “implicações” e “consequências” para a China, caso forneça “apoio material” à Rússia no “brutal” ataque deste país à Ucrânia. Os dois dirigentes também assinalaram a vontade de “manter os canais de comunicação abertos”.

Se, por um lado, Joe Biden não especificou as consequências para a China de um eventual apoio à Rússia, por outro, o chefe de Estado norte-americano “detalhou” a Pequim as duras sanções económicas e financeiras já impostas pelo Ocidente ao regime de Vladimir Putin, salientou a Casa Branca, no comunicado emitido na altura.