Germano Almeida

Comentador SIC Notícias

Guerra Rússia-Ucrânia

Compreender o conflito (L): tudo em suspenso por Mariupol

Artigo de Germano Almeida, comentador SIC.

Compreender o conflito (L): tudo em suspenso por Mariupol

Cinco pontos para percebermos o que está a acontecer no Leste da Europa – e o que pode mudar na vida de todos nós.

1 – UCRÂNIA GARANTE: “MARIUPOL NÃO CAIU”

As forças ucranianas que se mantêm no porto de Mariupol ainda estão a lutar e continuam a desafiar a exigência russa de se render, garantiu o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, em entrevista, este domingo, à ABC. “A cidade ainda não caiu”, insistiu Shmyhal ao programa This Week, acrescentando que os soldados ucranianos continuaram a controlar algumas partes da cidade. Shmyhal confirmou que participará das reuniões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial em Washington nesta semana e buscará mais assistência financeira para a Ucrânia. Autoridades do porto de Mariupol rejeitaram um ultimato russo exigindo a rendição das forças ucranianas na cidade, cenário de um cerco prolongado e brutal. A Rússia respondeu dizendo que eliminaria toda a resistência.

2 – “DESUMANO”, ACUSA ZELENSKY

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, descreveu a situação em Mariupol como “desumana” e pediu ao Ocidente que forneça mais armas.

“Os sucessos dos nossos militares no campo de batalha são significativos, historicamente significativos. Mas eles ainda não são suficientes para limpar a nossa terra dos ocupantes”. As forças russas voltaram a realizar ataques com mísseis em Kiev e intensificaram bombardeamentos em Kharkiv, numa aparente estratégia de dificultar as defesas da Ucrânia antes de um esperado ataque russo em grande escala no leste

3 – DOIS MORTOS E QUATRO FERIDOS EM ZOLOTE

Bombardeamentos este domingo matara duas pessoas e feriram outras quatro na cidade de Zolote, no leste da Ucrânia, disse o governador local. “Num dos arranha-céus, dois andares foram destruídos… Temos pelo menos dois cidadãos mortos, mais quatro feridos”, disse Serhiy Gaidai, governador da região de Luhansk. As tentativas de chegar a um acordo sobre rotas de evacuação seguras para civis presos em combates no sul e no leste da Ucrânia no domingo falharam, mas as autoridades locais pediram que as pessoas deixem a área.

4 – MAIS MORTES EM KHARKIV

Três sapadores – ou engenheiros militares – do Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia foram mortos e outros quatro ficaram gravemente feridos ao remover munições de fragmentação na região nordeste de Kharkiv no domingo, de acordo com o chefe da administração regional. Separadamente, três civis foram mortos e dezenas ficaram feridos em bombardeamentos por tropas russas nas últimas 24 horas na região, escreveu o chefe da Administração Militar Regional de Kharkiv, Oleg Sinegubov, no Telegram. “Eles estão a receber tratamento no hospital. Trinta e uma pessoas ficaram feridas no bombardeamento russo, incluindo quatro crianças”, disse Sinegubov. Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi alvo de intensos bombardeamentos nas últimas semanas de conflito. De acordo com Sinegubov, as forças russas dispararam 23 artilharia, morteiros e granadas de fragmentação nas áreas do norte de Saltivka, Pyatihatki, Oleksiyivka, centro da cidade, fábrica de tratores Kharkiv e Dergachi. Houve também um ataque de mísseis na área.

5 – RUSSOS DERRUBAM AVIÃO MILITAR COM ARMAS OCIDENTAIS

Unidades de defesa aérea russas terão derrubado um avião de transporte militar que carregava armas ocidentais na região de Odessa. O presidente da Ucrânia alertou que o mundo “precisa se preparar” para a possibilidade de a Rússia usar armas nucleares. Ontem, o autarca de Trostianets, uma cidade na região de Sumy, no norte da Ucrânia, afirmou que as autoridades encontraram restos de armas químicas, incluindo Sarin, na vila de Bilka, que havia sido ocupada pelos russos. A alegação não foi verificada. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia proibiu a entrada no país do primeiro-ministro Boris Johnson e outros políticos e membros do governo britânico em resposta à “ação hostil” do governo, incluindo sanções. O Kremlin disse que ampliaria as restrições contra políticos britânicos sobre o que chama de “onda de histeria antirussa”.