Depois de Vladimir Putin ter reconhecido unilateralmente a independência das regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, as tropas russas avançaram para a região do Donbass. Nuno Rogeiro, comentador SIC, lembra que a Ucrânia já é alvo de ocupações informais desde 2014, mas que os militares que agora chegam ao país carregam símbolos oficiais russos.
“O que o regime russo diz, neste momento, é que são tropas de manutenção da paz“, diz Rogeiro. “Nós vemos tropas, não percebemos bem quem estava a ameaçar a paz e não sabemos o que vai ser mantido.”
O comentador especialista em relações internacionais lembra que a região do Donbass não está totalmente ocupada pelos separatistas pró-russos e que existem cerca de três milhões de pessoas a viver em cidades sob o domínio ucraniano.
“Quando falamos no Donbass estamos a falar de duas zonas: uma ocupada pela Rússia e pelos tais aliados, que inclui as cidades de Donetsk e Lugansk, e outra com muitas outras cidades que não estão ocupadas“, sublinha.
Rogeiro sublinha que a invasão da Ucrânia não deve ser misturada com “a velha questão do balanço de forças na Europa” – que coloca a Nato de um lado e a Rússia do outro. Sublinha também que as forças da NATO não estão a combater na Ucrânia.
“A Ucrânia, como país independente e por não fazer parte da NATO, tem o direito de se armar com as armas que entender. Tem-se armado com anti-tanque há muito tempo”, afirma o comentador, sublinhando que se tratam de armas defensivas. No entanto, acrescenta que a Rússia vê este equipamento como sendo armas ofensivas.
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