O primeiro-ministro português desembarcou este sábado, pelas 08:30, na Estação Central de Kiev. O primeiro ponto da agenda foi uma visita à cidade Irpin, nos arredores de Kiev.
António Costa afirmou que o cenário “é absolutamente devastador” e que os responsáveis por estes crimes de guerra têm de ser punidos.
Irpin, situada a cinco quilómetros a noroeste de Kiev, que antes da guerra tinha 100 mil habitantes, foi palco de violentos combates entre o final de fevereiro e março.
O primeiro-ministro sentiu a diferença entre assistir à destruição através das televisões e ver ao vivo o efeito dos massacres. E de Irpin levará imagens de uma cidade destruída pela metade, com três quartos dos habitantes fugidos e 7.000 sem casa.
Se os russos tomassem Irpin, de acordo com as Forças Armadas ucranianas, teriam caminho até Kiev, mas a resistência foi tenaz. Em 2 de abril, o Governo ucraniano anunciou que tinha recuperado o controlo da região com a retirada das forças russas.
Uma secretária do Conselho Municipal de Irpin disse a António Costa que, dos 100 mil habitantes, apenas 25 mil regressaram à cidade. Destes, cinco mil nunca a abandonaram, apesar da elevada destruição de infraestruturas.
Depois de escutar relatos sobre o que aconteceu na cidade durante a fase mais intensa de guerra, António Costa afirmo: “Estou impressionado com a brutalidade do que aconteceu com as populações civis”.
“Sabemos que a guerra é sempre dramática, mas a guerra tem regras. Aqui, já não estamos a falar de uma guerra normal, mas de atos verdadeiramente criminosos”, declarou António Costa.
A intervenção russa em Irpin, prosseguiu, “visou a pura destruição da vida das pessoas”.
“É fundamental que as investigações prossigam e que todos os crimes de guerra sejam devidamente apurados e punidos. A guerra também tem de obedecer à lei. O que aconteceu aqui foi inadmissível”, frisou.
António Costa esteve em Irpin cerca de uma hora e regressou a Kiev para se reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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