Guerra Rússia-Ucrânia

Da cimeira da NATO deve resultar um “sinal claro e contundente”, afirma o Governo espanhol

Espanha reforça que “a aliança deve enfrentar os perigos que vêm do leste”.

Da cimeira da NATO deve resultar um “sinal claro e contundente”, afirma o Governo espanhol

O Governo espanhol disse esta quinta-feira que da cimeira da NATO deste mês em Madrid “deve sair um sinal claro e contundente de unidade” da organização perante novos desafios, como os que surgiram com a guerra da Ucrânia.

“O novo conceito estratégico de Madrid deverá partilhar o conceito de dissuasão e defesa, com o qual a Aliança deve enfrentar os perigos que vêm do Leste”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Jose Manuel Albares, num seminário para jornalistas sobre a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), que se realiza em Madrid nos dias 29 e 30 deste mês.

Nesta cimeira, a aliança militar de países da Europa e da América do Norte vai definir o seu conceito estratégico para a próxima década, coincidindo com um novo cenário geopolítico desencadeado com a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro, que levou a Suécia e a Finlândia a pedir a adesão à NATO.

Além dos “perigos que vêm do Leste”, o chefe da diplomacia espanhola referiu os desafios procedentes da fronteira sul, especialmente da região africana do Sahel.

“As novas ameaças requerem uma resposta coesa, unida e coordenada entre todos os aliados”, disse Albares, assinalando que os desafios são cada vez mais diversos.

“Já vimos como se usa a pressão energética ou migratória e os ciberataques contra infraestruturas críticas a partir do Leste, mas também veremos o mesmo no flanco sul e a estes ataques a Aliança tem de responder unida, de maneira determinada e firme”, sublinhou.

O ministro espanhol acrescentou que a NATO é “uma aliança defensiva, não ofensiva”, que procura “garantir a paz, a ordem internacional, a segurança dos cidadãos e também a segurança internacional” e que tudo isso será incorporado no novo conceito estratégico de Madrid.

Para Albares, neste contexto, o encontro da NATO que Espanha vai acolher será “a cimeira das democracias”, em defesa da segurança e dos princípios democráticos, e será uma cimeira “crucial”, sobretudo dada a guerra na Ucrânia e os pedidos de adesão à NATO da Finlândia e da Suécia.

Mais de 30 países confirmaram já a presença na cimeira de Madrid, incluindo países asiáticos e do pacífico, como a Coreia do Sul, Nova Zelândia e Austrália. Todos os países da União Europeia estarão também participarão.

Nesta cimeira, os líderes devem endossar planos para orientar a transformação da aliança na próxima década, incluindo o fortalecimento da dissuasão e defesa, abordando ameaças transnacionais, cibernética e climática, e aprofundando as parcerias com aliados democráticos na Europa e na Ásia.

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