O chef Chakall, que esteve na Polónia a preparar refeições para refugiados, e Roman Barchuk, ucraniano a viver em Portugal desde os 9 anos e que também viajou para a fronteira, estiveram na Edição da Noite da SIC Notícias.
Roman Barchuk, em Portugal desde os 9 anos, diz que a invasão da Rússia à Ucrânia é um “pesadelo”. No entanto, destaca a solidariedade das pessoas. O ucraniano juntou-se a amigos numa caravana solidária e rumara à fronteira com a Polónia para ir buscar 28 pessoas.
“Fomos buscar pessoas de lá que vieram ter connosco e nos disseram: ‘levem-nos daqui'”, conta.
Roman Barchuk foi também buscar o primeiro de nove anos. Por ser menor teve de passar a fronteira com a mãe, no entanto, a mulher voltou para a Ucrânia por opção.
“Todos os dias quando acordo quero acreditar que não aconteceu”, desabafa o ucraniano, em entrevista na Edição da Noite.
Roman usa uma pulseira preta, vermelha, azul e amarela. À SIC Notícias conta que as cores preta e vermelha representam as forças nacionalistas que, desde a II Guerra Mundial, lutaram pela independência da Ucrânia. O preto representa a terra e o vermelho o sangue.
“É destas cores que Putin tem tanto medo. Impediram o avanço das tropas russas no leste do país”, afirma.
Chef Chakall: “Pior não podia ser”
Já o chef Chakall, que viajou para a Polónia para preparar refeições para refugiados, diz que “cada um de nós pode fazer a diferença”. No entanto, considera que há falta de apoio da União Europeia.
Relata que viu caravanas de “mulheres indefesas” e crianças com frio.
“Pior não podia ser. Qualquer pessoa que tenha filhos sente alguma coisa”, afirma, descrevendo o cenário “desesperante”.
O chef conta que o primeiro andar da estação de comboios de Varsóvia era só para crianças. “É impossível de imaginar”, refere.
O chef Chakall esteve na Polónia a preparar refeições para os refugiados. Saiu de Lisboa no dia 8 de março.
Viajou numa carrinha, carregada de comida e bens essenciais, como por exemplo, cobertores.
Ao longo da viagem parou em pelo menos duas cidades. Numa delas, em Varsóvia – a capital polaca -, o Chef cozinhou para os bombeiros que estão a apoiar os deslocados da guerra.
Chakall chegou a Chelm, uma cidade perto da fronteira com a Ucrânia a 10 de Março.
Durante dois dias ficou a apoiar os refugiados que estavam abrigados numa igreja. Cozinhou mais de 10 mil refeições.
Regressou a Portugal com quatro refugiados: uma mulher e três crianças.