Na sua análise habitual do conflito entre a Rússia e a Ucrânia no Jornal da Noite, os comentadores SIC, José Milhazes e Nuno Rogeiro, destacam a retirada de Severodonetsk, uma declaração de Lavrov e o comunicado de um grupo neonazi russo.
Nuno Rogeiro revela que os soldados que já começaram a sair de Severodonetsk estão a ir para Lysychansk, o único ponto no Oblast de Lugansk que ainda é controlado por ucranianos.
“A retirada começou ontem [quinta-feira], continua, aparentemente sem baixas. Conseguiram sair sem serem cercados nem feitos prisioneiros”, afirma.
Enquanto em Lugansk os ucranianos praticamente já não oferecem resistência, em Kherson podem estar numa “situação de superioridade” sobre as forças russas, diz Nuno Rogeiro.
As tropas ucranianas terão chegado muito perto de Kherson, uma cidade portuária no sul do país. Apesar de ainda não terem entrado, e ao contrário do que acontece no Donbass, a proporção de forças ucranianas para russas é de “1.5 para 1”, esclarece o comentador SIC.
“Os ucranianos têm aqui uma situação de igualdade ou até superioridade”, diz Nuno Rogeiro.
José Milhazes destaca um discurso de Lavrov, acusando o chefe da diplomacia russa de “meter os pés pelas mãos”.
“Primeiro diz que a adesão da Ucrânia à União Europeia não traz nada de fundamental. Logo a seguir vem dizer que a UE e a NATO estão a preparar-se para uma guerra com a Rússia. Depois vão buscar exemplos à II Guerra, comparam a UE e a nato a Hitler”, afirma.
É mais uma referência da Rússia aos nazis, mas há um grupo “de que não falam os russos”, diz Milhazes.
“Há um grupo neonazi russo que combate desde 2015 no Donbass e hoje foi conhecido um comunicado divulgado dentro da própria organização. Admitem que durante os combates fazem ‘burrices’ e que se fizerem ‘burrices’, têm que eliminar as testemunhas que viram o que fizeram. Civis. Isto é nem mais nem menos que incentivar a barbárie”, conclui.