O Presidente da Ucrânia discursou esta quinta-feira no Parlamento belga, onde voltou a apelar à zona de exclusão aérea e para a Bélgica enviar armamento.
Volodymyr Zelensky fez uma alusão ao comércio de diamantes, do qual a cidade belga de Antuérpia é uma praça forte na Europa.
“Penso que a paz tem um pouco mais de valor do que os diamantes, do que os acordos com a Rússia, do que os barcos russos nos portos, mais também do que o petróleo e o gás russos. Então ajudem-nos!”, atirou perante o parlamento belga.
“Há pessoas para quem os diamantes russos, que por vezes se vendem em Antuérpia, são mais importantes. Para quem aceitar barcos russos nos seus portos e para quem as entradas desses barcos são mais importantes do que as nossas lutas”, disse o Presidente ucraniano.
Zelensky acusa Europa de não ter “coragem suficiente” para ajudar Ucrânia
Zelensky agradeceu a ajuda militar e humanitária dos belgas, mas lamentou que nem na Bélgica, nem nos restantes países europeus, haja “a coragem suficiente” para ajudar os ucranianos a parar “a catástrofe” que vivem.
“Pergunto a todos os europeus que me escutam: o que esperam estes defensores de Mariupol, os defensores de todos os locais onde se travam as batalhas?”.
O Presidente ucraniano recordou, em particular, as batalhas de Ypres, localidade belga que sofreu grandes danos tanto na Primeira como na Segunda Guerra Mundial.
Durante a primeira contenda, as tropas alemãs libertaram várias toneladas de cloro que causaram a morte por asfixia ou ferimentos graves em milhares de soldados, naquele que se considera ser o primeiro ataque químico da era moderna. Na segunda, os alemães usaram pela primeira vez gás mostarda.
Neste sentido, Zelensky disse que no seu país estão a travar-se “batalhas não menos terríveis do que a de Ypres”, quem sabe até “piores”, em Mariupol.
“Aqui lutamos contra a tirania que quer dividir a Europa, que quer destruir aqueles para quem a liberdade é essencial”, disse.
Neste contexto, reiterou a convicção de que um dia a Ucrânia fará parte da União Europeia, algo que, considerou, também ajudará os países europeus a defenderem-se da tirania.
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