De Kiev chegam notícias de que as lojas, cafés e restaurantes estão a voltar a abrir. Ao mesmo tempo, há também o retorno de algumas famílias ao centro da capital. São informações avançadas pelos contactos da repórter da SIC em Kiev.
Catarina Neves conta que a capital ucraniana era, durante o mês de março e até há bem pouco tempo, uma cidade militarizada, cheia de bunkers por todo o lado e postos de controlo.
“De 500 em 500 metros temos de parar em filas para mostrar documentação e explicar o que é que estamos ali a fazer”, exemplifica.
Atualmente a situação está “mais leve”, ou seja, há menos postos de controlo e menos militares nas ruas.
Das histórias que ouviu enquanto esteve na Ucrânia, a repórter da SIC destaca a de Yuri, um artista plástico na casa dos 50 anos, que atualmente faz parte da unidade de brigada territorial e é sniper.
“O que mais me marcou na conversa com Yuri, foi uma afirmação feita por ele que carrega alguma perigosidade. Eu perguntei-lhe: ‘Não te importas de te apresentar como alguém que mata outro homem?'”, conta.
Yuri parou e respondeu: “Quando eu olho pela mira da minha arma e vejo um russo, o que eu vejo é um homem cativo, é um homem preso. E o que eu faço quando disparo é libertá-lo”.