Estónia, Letónia, Suécia e Eslovénia anunciaram esta terça-feira a expulsão de um total de 63 diplomatas e funcionários russos colocados nos quatro países, incluindo sob acusações de “atividades de espionagem ilegais”.
O ministério estónio dos Negócios Estrangeiros disse que o país decidiu expulsar os funcionários dos consulados de Tartu, sul do país, e da cidade fronteiriça de Narva, e encerrar os respetivos escritórios. As 14 pessoas abrangidas, incluindo sete funcionários com estatuto diplomático, deveram abandonar o país até 30 de abril, disse o ministério.
O subsecretário do ministério, Mart Volmer, referiu que no atual momento “não podem ser mantidas conversações” com Moscovo após as alegações de crimes contra civis em cidades ucranianas, cometidos pelas forças russas na cidade de Bucha, arredores de Kiev.
Através de uma mensagem no Twitter, o ministro dos Estrangeiros da Letónia, Edgars Rincevics, indicou que vão ser encerrados os consulados russos em Daugavpils e Liepaja, com a expulsão de 13 diplomatas e funcionários. Daugavpils é a segunda cidade letã, situada perto da fronteira com a Bielorrússia e a Lituânia, no sudeste e não longe da fronteira russa, enquanto Liepaja é a maior cidade portuária do Estado do Báltico.
Em paralelo, o Governo sueco informou que foram expulsos do país três diplomatas russos por alegadas atividades de espionagem, precisou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Ann Linde.
“Não atuaram de acordo com a Convenção de Viena e realizaram atividades de espionagem ilegais”, disse em conferência de imprensa.
Linde sublinhou tratar-se de uma decisão difícil e assumiu que terá consequências, mas considerou-a “necessária” e não excluiu novas expulsões de diplomatas russos.
Na sequência destas decisões, a Eslovénia também decidiu expulsar mais 33 diplomatas russos para exprimir o seu “vivo protesto” e “choque” após a descoberta dos cadáveres em Bucha, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O embaixador russo, Timur Ejvazov, foi convocado para lhe ser transmitida a decisão de uma forte redução do pessoal diplomático e administrativo, segundo um comunicado. Um porta-voz referiu à agência noticiosa AFP que 33 pessoas vão ser abrangidas pela medida.
Vários países europeus têm optado por expulsar pessoal diplomático russo nas últimas horas, após a Ucrânia ter acusado as tropas russas de cometerem crimes de guerra contra civis na localidade de Bucha, arredores de Kiev.
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