A Ucrânia agradece a António Guterres a tentativa de mediação do conflito. Em entrevista exclusiva ao jornalista Nuno Rogeiro, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, diz esperar agora que a Rússia coopere com o secretário-geral das Nações Unidas na retirada de civis de Mariupol.
“Agradecemos o esforço do secretário-geral da ONU para levar a cabo estas visitas e encontrar soluções para alguns dos problemas urgentes, tal como salvar vidas dos nossos soldados e civis, principalmente mulheres e crianças, em Mariupol. Estão cercados pelo exército russo e são bombardeados todos os dias. A Rússia pretende matar todos eles e é importante que o secretário-geral tenha ouvido o apelo da Ucrânia para resolver esta questão. Estamos ansiosos para saber o que ele traz de Moscovo. Portanto, se a Rússia respeita o secretário-geral como personalidade e como instituição, deve cooperar com ele na resolução dessas questões”, afirmou o chefe da diplomacia ucraniana, em entrevista conduzida pelo especialista em assuntos internacionais, Nuno Rogeiro.
Ao chegar na quarta-feira à capital ucraniana, numa conferência de imprensa improvisada para os jornalistas portugueses presentes em Kiev, Guterres disse que a prioridade mais imediata no conflito da Ucrânia é criar condições para salvar os civis que se encontram retidos na fábrica metalúrgica Azovstal em Mariupol, frequentemente caracterizada como a “cidade mártir”.
O secretário-geral da ONU afirmou que Putin garantiu um “acordo de princípio” para a abertura de corredores humanitários para retirar civis da fábrica, onde continuam escondidas centenas de pessoas.
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