Guerra Rússia-Ucrânia

Finlândia a caminho da NATO: o que está em causa?

A Finlândia deverá anunciar a candidatura à NATO já esta quinta-feira. Depois disso, o que pode acontecer? Como irá o Kremlin reagir? Saiba aqui o que está em causa.

Finlândia a caminho da NATO: o que está em causa?

A Finlândia deverá avançar com o pedido de adesão à NATO já esta quinta-feira, dia 12 de maio. A guerra na Ucrânia tem motivado vários países a repensarem as suas alianças, nomeadamente a Finlândia, que acelerou o seu processo de aproximação à NATO.

O que pode acontecer?

A Finlândia mantém um estatuto neutro desde o final da II Guerra Mundial, mesmo fazendo parte da União Europeia desde 1995. Apesar disso, a guerra na Ucrânia levou o país a reconsiderar a sua neutralidade, já que partilha mais de 1.300 quilómetros de fronteira com a Rússia.

Caso a adesão à NATO se venha a confirmar, a Finlândia será a 31.ª nação a fazer parte da aliança, beneficiando do artigo 5.º do pacto. Neste, é determinado que um ataque contra um dos países membro da NATO é considerado um ataque contra todos.

Foi esta mesma razão que motivou Putin a invadir a Ucrânia, já que o país pretendia aderir à aliança transatlântica, algo que desagradava ao Presidente russo. Recorde-se que a Ucrânia partilha mais de 2.200 quilómetros de fronteira com a Rússia e que a sua adesão à NATO significaria uma “ameaça óbvia” à Rússia, reforçou recentemente Putin, no discurso do Dia da Vitória.

Assim, à semelhança do que aconteceu com a Ucrânia, a adesão da Finlândia à NATO não agrada à Rússia. Já em abril, na sequência da manifestação da vontade da Finlândia, o Kremlin avisou que a NATO “não é o tipo de aliança que garanta a paz e a estabilidade”.

Ainda assim, a Comissão de Defesa do Parlamento finlandês afirmou na terça-feira que a adesão à NATO é a melhor hipótese que o país tem de garantir a sua segurança, diminuindo a possibilidade de se tornar um alvo dos russos.

Os cerca de 1.300 quilómetros de fronteira partilhada com a Rússia colocam a Finlândia numa posição vulnerável em caso de ataque, mas uma adesão à aliança transatlântica mudaria esta situação. Recorde-se que as Forças Armadas da Finlândia são menores do que as das principais nações europeias da NATO – Reino Unido, França e Alemanha.

À semelhança da Finlândia, também a Suécia pretende aderir à NATO. Se ambos entrarem no pacto, a Rússia ficará cercada por países da aliança no Mar Báltico e no Ártico.

Haverá consequências?

O Kremlin já deixou um aviso. Se a Finlândia e a Suécia aderirem à NATO, sofrerão “consequências militares e políticas”. No discurso no Dia da Vitória, Putin afirmou que a presença militar em países fronteiriços irá criar uma ameaça “crescente e completamente inaceitável” para a Rússia.

Ainda assim, os especialistas acreditam que uma ação militar russa contra os países nórdicos é improvável, tendo em conta o elevado foco das forças russas na Ucrânia. Uma diplomata finlandesa revelou que muitas das tropas russas estacionadas perto da fronteira com a Finlândia foram realocadas para a Ucrânia.

Processo deverá ser longo

Esta quinta-feira, 12 de maio, é esperado que a Finlândia peça oficialmente para entrar na NATO. Todos os membros da aliança terão que aprovar a adesão. O processo poderá demorar até um ano a completar.

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