O Presidente e a primeira-ministra da Finlândia anunciaram esta quinta-feira que vão avançar com pedido de adesão à NATO, abrindo caminho para que a Aliança Atlântica se expanda. Os líderes finlandeses dizem que o país deve aderir à NATO, com caráter de urgência. A tomada de posição foi publicada esta manhã no site oficial da presidência da Finlândia.
Os líderes começaram por dizer que foi preciso tempo para discutir o assunto no Parlamento e na sociedade, e que agora é tempo de tomar decisões.
“Ser membro da NATO vai reforçar a segurança da Finlândia. Como membro da NATO, a Finlândia vai reforçar a aliança no seu conjunto. A Finlândia deve ser candidata à adesão à NATO sem demora”, afirmaram o chefe de Estado, Sauli Ninistro, e a primeira-ministra, Sanna Marin, num comunicado conjunto.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, afirmou, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, que Helsínquia dará “valor acrescentado” à NATO.
O anúncio vem confirmar a intenção da Finlândia se candidatar à NATO, embora ainda seja necessário que sejam dados alguns passos antes que o processo esteja concluído.
“Agora que estamos próximos do momento da decisão, partilhamos objetivos comuns assim como partilhamos informação com os grupos parlamentares e os partidos políticos (da Finlândia)”, refere ainda a nota conjunta da presidência e do Executivo finlandeses, distribuída hoje.
“A Finlândia deve apresentar a candidatura sem demora. Esperamos que as medidas a nível nacional que ainda são necessárias para tomarmos essa decisão sejam aplicadas rapidamente nos próximos dias”, sublinham as duas entidades.
A candidatura oficial finlandesa à Aliança Atlântica deverá acontecer no próximo domingo, em Helsínquia, avançou a AFP. A entrada da Finlândia na NATO terá que ser aprovada por todos os países membros da organização.
O Presidente finlandês afirmou que uma adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico-Norte (NATO) não será “contra ninguém”, depois de Moscovo ter alertado Helsínquia para as “consequências” em caso de candidatura.
A Suécia deverá também decidir sobre a adesão à NATO nos próximos dias.
NATO preparada para receber Finlândia e Suécia “de braços abertos”
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, no passado dia 24 de fevereiro, a Finlândia e a Suécia começaram a ponderar o abandono da neutralidade história e aderir formalmente à NATO.
A Finlândia como membro da NATO constitui a maior alteração na política de defesa e de segurança do país nórdico desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando travou duas guerras contra a União Soviética.
Durante o período da Guerra Fria, a Finlândia ficou longe da NATO para evitar provocar a União Soviética, optando por permanecer como país neutral, mantendo boas relações com Moscovo e também com Washington.
Nas últimas semanas, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse que a aliança militar acolheria a Finlândia e a Suécia – países com Forças Armadas “fortes e modernas” – “de braços abertos” e espera que o processo de adesão seja rápido e tranquilo.
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