O presidente da Ucrânia Volodymir Zelensky disse esta terça-feira que o Exército russo “já perdeu mais na Ucrânia” do que nas duas guerras “sangrentas” na Chechénia, no Cáucaso.
Numa nota publicada no site oficia da Presidência, o chefe de Estado ucraniano afirma que as forças ucranianas estão a “infligir perdas devastadoras” ao Exército russo desde que Vladimir Putin ordenou a invasão do país no passado dia 24 de fevereiro.
“Em breve, o número de helicópteros russos derrubados vai chegar às centenas. Já perderam 80 aviões de combate, centenas de tanques e equipamentos, aos milhares”, acrescenta Zelensky.
Além disso, Zelensky deixou uma mensagem diretamente para os soldados russos, que estão “confusos” e “não esperavam tanta resistência”. “Eles acreditaram na propaganda, que lhes tem mentido durante décadas.”
“Ouçam-me bem. Oficiais russos! Vocês já percebera tudo. Não vão tirar nada à Ucrânia. Vão tirar vidas. Vocês são muitos. Mas a vossa vida também será tirada. Mas porque têm de morrer? Para quê? Eu sei que querem sobreviver, nós ouvimos as vossas comunicações nas intercetações, nós ouvimos o que vocês realmente pensam sobre esta guerra sem sentido, sobre esta desgraça e sobre o vosso Estado”, escreveu.
Zelensky “oferece uma escolha” às tropas russas, afirmando que se os militares decidirem render-se “serão tratados como as pessoas devem ser tratadas“.
O Presidente agradeceu ainda aos cidadãos russos que lutam contra o regime e a desinformação, destacando o episódio de uma mulher que invadiu a emissão da televisão estatal exibindo uma mensagem anti-guerra.
Na mesma mensagem, o presidente da Ucrânia elogiou o trabalho da delegação de Kiev nas conversações com a Rússia, confirmando que a quinta ronda vai realizar-se esta terça-feira. Por outro lado, segundo a agência Interfax-Ucrânia, Zelensky propôs estender o período de vigência da lei marcial no país por mais 30 dias.
Nesse sentido, o chefe de Estado deve pedir ao Parlamento (Rada) a continuidade da medida, no próximo dia 26 de março. No dia 24 de fevereiro, após o início dos ataques da Rússia contra o território ucraniano, o presidente impôs a lei marcial.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
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