A França admitiu esta terça-feira que “nesta fase não estão reunidas” as condições para lançar, nos próximos dias, uma operação humanitária na cidade ucraniana de Mariupol, cercada por militares russos.
A informação foi divulgada pelo Eliseu no final de uma conversa telefónica entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e o homólogo russo, Vladimir Putin.
Segundo a Agência France-Presse, Vladimir Putin disse que “irá refletir antes de dar uma resposta” à proposta de operação de retirada dos habitantes de Mariupol, que França pretende organizar em conjunto com a Turquia e a Grécia.
Para a Presidência francesa, “está fora de questão diminuir os esforços” de ajuda, porque a situação em Mariupol é “dramática e catastrófica” para os cerca de 170 mil habitantes que continuam na cidade.
Do lado da Rússia, e ainda segundo a AFP, Vladimir Putin disse a Macron que “para encontrar uma solução, para a situação humanitária difícil na cidade, é preciso que os combatentes nacionalistas ucranianos deixem de resistir e deponham as armas“.
Emmanuel Macron anunciou que terá uma reunião com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e escusou-se a comentar a nova ronda negocial entre Moscovo e Kiev, na Turquia, para tentar por fim aos combates na Ucrânia.
Na semana passada, França anunciou que, em conjunto com a Turquia e a Grécia, tem intenção de efetuar “uma operação humanitária” para evacuar a cidade sitiada de Mariupol, no sul da Ucrânia.
“Vamos, em conjunto com a Turquia e a Grécia, lançar uma operação humanitária para retirar todas aquelas e aqueles que desejarem sair de Mariupol“, declarou Macron no passado dia 25, no final de uma cimeira europeia em Bruxelas.
Mais de 2.000 civis foram mortos em Mariupol, segundo o mais recente balanço divulgado pela autarquia. De acordo com o Presidente ucraniano, cerca de 100.000 pessoas estão ainda retidas na cidade portuária estratégica do mar de Azov que está cercada pelas tropas russas.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
Saiba mais:
- Rússia retalia a sanções diplomáticas de cinco países europeus
- O 34.º dia de guerra: ministro da Defesa russo reivindica destruição da Força Aérea ucraniana
- Comandante da NATO admite possível falha dos serviços de informação dos EUA
- Kremlin nega a deportação de ucranianos de Mariupol para a Rússia
- Rússia “reduzirá radicalmente” atividade militar: Biden desconfia do regime de Putin
- Guerra na Ucrânia: Putin pede rendição de Mariupol
- EUA dizem que vão impor mais sanções à Rússia para travar “máquina de guerra” na Ucrânia
- Bélgica, Países Baixos e Irlanda expulsam 42 diplomatas russos por alegado envolvimento em atividades de espionagem
- Rússia diz que negociações com a Ucrânia foram “substanciais”
- Ucrânia aceita ser país neutro e admite reunião entre Putin e Zelensky