A UNICEF “teme o pior” do ataque esta sexta-feira à estação ferroviária de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, que causou pelo menos 50 mortos, incluindo cinco crianças, e que Paris e Madrid condenaram, juntando-se a outros países e organizações.
“Não sabemos ainda [exatamente] quantas crianças foram mortas e feridas no ataque, mas tememos o pior”, disse Murat Sahin, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)na Ucrânia, em comunicado.
'We strongly condemn the attack today on the train station in #Kramatorsk, Ukraine. We do not know yet how many children were killed and injured in the attack, but we fear the worst' @UNICEF Representative in Ukraine @himuratsahin https://t.co/bxaIbuCcRThttps://t.co/bxaIbuCcRT pic.twitter.com/XuUoqBocyx
— UNICEF Ukraine (@UNICEF_UA) April 8, 2022
Sahin lembrou que a estação de Kramatorsk tem sido “a principal rota de saída para milhares de famílias retiradas da província de Donetsk”, uma das mais atingidas pela guerra no país desde 24 de fevereiro, data de início da invasão russa.
Pelo menos 50 pessoas, incluindo cinco crianças, foram mortas no ataque, segundo dados provisórios das autoridades ucranianas, que culparam a Rússia pela ação.
As autoridades de Donbass têm exortado a população civil a deixar esta região do leste da Ucrânia e avisam há dias que as tropas russas estão a preparar uma grande ofensiva para tomar o controlo total das áreas de Donetsk e Lugansk.
A UNICEF informou esta sexta-feira no seu comunicado que está a fornecer equipamento médico e produtos de emergência a Kramatorsk, face à “rápida deterioração” da situação na região, e que o ataque ocorreu quando uma equipa estava a apenas um quilómetro da estação de comboios.
Depois do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, ter condenado “veementemente o ataque indiscriminado desta manhã contra uma estação de comboios em Kramatorsk pela Rússia”, também os Governos de França e de Espanha condenaram Moscovo, que, contudo, nega responsabilidades neste ataque.
“Os civis ucranianos estão a fugir para escapar ao pior. Esta manhã, na estação de comboios de Kramatorsk, as famílias que estavam prestes a sair experimentaram o horror. Dezenas de mortos, centenas de feridos. Abominável”, reagiu o Presidente francês, Emmanuel Macron.
“Pensamos nas vítimas de Kramatorsk, Bucha, Mariupol, Karkiv: em toda a Ucrânia, apoiaremos as investigações para que a justiça seja feita”, acrescentou Macron.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, condenou o ataque russo à estação ferroviária e expressou a sua rejeição “firme” do que considera ser um “massacre”.
Através de uma mensagem nas redes sociais, o ministro sublinhou que o ataque representa uma “nova violação flagrante do direito humanitário internacional”.
Com LUSA
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