A França decidiu expulsar seis espiões russos que estariam a operar sob disfarce na Embaixada da Rússia em Paris e “cujas atividades provaram ser contrárias aos [seus] interesses nacionais”, adiantou esta segunda-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
“Após uma grande investigação, a Direção Geral de Segurança Interna (DGSI) revelou no domingo, 10 de abril, uma operação clandestina realizada pelos serviços de inteligência russos no nosso território. Seis agentes russos a operar sob cobertura diplomática (…) foram declarados persona non grata”, disse a diplomacia francesa em comunicado.
“Na ausência do embaixador russo, o número dois foi convocado ao Quai d’Orsay [sede do Ministério] esta noite [de segunda-feira] para ser informado desta decisão”, prosseguiu.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, elogiou o trabalho da contra-inteligência francesa.
Remarquable opération de contre-espionnage. Bravo aux agents de la DGSI qui ont entravé un réseau d’agents clandestins russes qui œuvraient contre nos intérêts. Les agents impliqués devront quitter le territoire national. Dans l’ombre, la DGSI veille sur nos intérêts fondamentaux
— Gérald DARMANIN (@GDarmanin) April 11, 2022
“Notável operação de contra-inteligência. Bravo aos agentes das DGSI que impediram uma rede de agentes clandestinos russos. Nas sombras, a DGSI zela pelos nossos interesses fundamentais”, escreveu o governante no Twitter.
Paris já havia anunciado no última segunda-feira a expulsão de 35 diplomatas russos, dizendo que as suas atividades eram “contrárias” aos interesses franceses e especificando que a sanção fazia parte de “uma abordagem europeia”.
O Quai d’Orsay disse à agência de notícias AFP que os seis espiões foram adicionados à lista da semana passada.
Muitos outros países europeus, como Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Eslovénia, Áustria, Polónia, Grécia ou Croácia, expulsaram diplomatas russos desde o início do conflito russo-ucraniano.
Os Estados Unidos, por sua vez, enviaram para casa 12 membros da missão diplomática russa na ONU no início de março.
Em alguns casos, as expulsões respondiam à eclosão da guerra na Ucrânia pelos russos e aos abusos pelos quais são acusados pelo Ocidente. Noutros casos, foram acompanhados de acusações de espionagem.
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