Guerra Rússia-Ucrânia

Gazprom reencaminha para o noroeste russo o gás destinado à Alemanha

Funcionamento do gasoduto Nord Stream 2 foi bloqueado pela Alemanha, antes da invasão da Ucrânia.

Gazprom reencaminha para o noroeste russo o gás destinado à Alemanha

A empresa da Federação Russa que gere o gasoduto Nord Stream 2 disse, esta quinta-feira, que ia abastecer o noroeste russo com o gás que ia ser transportado para a Alemanha, sobre o fundo do Mar Báltico.

O funcionamento deste gasoduto foi bloqueado pela Alemanha, mesmo antes da invasão da Ucrânia pela Federação Russa.

Através de um comunicado divulgado na rede social Telegram, informou-se que “devido ao facto de o gasoduto marinho Nord Stream 2 não estar a funcionar […], a Gazprom decidiu utilizar a capacidade adicional de transporte terrestre do gás do projeto para o desenvolvimento do fornecimento de gás às regiões do noroeste da Federação Rússia”.

Realçou que, se a Alemanha decidir em alguma altura desbloquear o início do gasoduto, “apenas se pode colocar em funcionamento uma linha com uma carga de 100%”.

Significa isto que só seria usada metade da capacidade total do Nord Stream 2, calculada em 55 mil milhões de metros cúbicos anuais.

Para mais, a Gazprom adiantou que a colocação da segunda linha em funcionamento só poderia ocorrer em 2028.

A Federação Russa encheu a primeira linha do gasoduto em outubro de 2021, ao mesmo tempo que prosseguiu o processo para receber a autorização para avançar com a infraestrutura.

Mas o regulador energético alemão suspendeu em novembro o processo de certificação do gasoduto e solicitou que a Nord Stream 2 AG, sediada na Suíça, a criação de uma filial sob direito alemão para gerir o troço do gasoduto na Alemanha, o que se fez com a criação, janeiro de 20220, da Gas for Europe, sedeada em Scherin, no norte da Alemanha.

Porém, em 22 de fevereiro, dois dias antes de Putin decidir a invasão da Ucrânia, o projeto, avaliado em 11 mil milhões de dólares (cerca de 10,4 mil milhões de euros), foi suspenso pelo chanceler alemão, Olaf Scholz.

O reconhecimento da independência das autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no sudeste ucraniano, pelos dirigentes de Moscovo, inviabilizou a entrada em funcionamento do gasoduto.

E em 1 de março a Nord Stream AG declarou falência.

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