Guerra Rússia-Ucrânia

Geórgia consternada com ataque russo recorda guerra de 2008

A Presidente da Geórgia pede à Rússia para parar a operação militar.

Geórgia consternada com ataque russo recorda guerra de 2008

A Geórgia mostrou-se esta quinta-feira consternada pela agressão russa à Ucrânia e pediu a paragem da operação militar anunciada esta quinta-feira pelo Presidente russo, Vladimir Putin, recordando a guerra de 2008 nas regiões separatistas da Ossétia do Sul e Abecásia.

“O povo georgiano está consternado pela agressão russa contra a Ucrânia. Solidarizamo-nos com as gentes da Ucrânia e pedimos a paragem da operação militar”, escreveu na rede social Twitter, citada pela agência Efe, a Presidente da Geórgia, Salome Zurabichvili.

A Geórgia condenou na segunda-feira o reconhecimento por parte da Rússia da independência das repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, e comparou a situação com a vivida em território georgiano em 2008.

A Rússia lançou esta quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

Segundo Zurabishvili, está a repetir-se “o mesmo guião que levou à ocupação de 20% do território” daquele país do Cáucaso, quando Moscovo reconheceu a independência da Abecásia e Ossétia do Sul, passo que levou à rutura de relações entre a Geórgia e a Rússia.

Depois da desintegração da União Soviética e da declaração da independência da Geórgia, ambas as regiões do norte da Geórgia, e que fazem fronteira com a Rússia recusaram integrar-se nela e proclamaram a sua autonomia, que não foi aceite por Tbilissi.

Depois de confrontos nos início dos anos 90, que causaram 2.000 mortos na Abecásia e mais de 10.000 na Ossétia do Sul, 300 mil georgianos fugiram da região. A paz foi alcançada em 1992 e 1994, respetivamente, e posteriormente ambos os territórios foram criando as estruturas de um Estado, incluindo um exército, com anuência russa.

Em 2004, o antigo Presidente georgiano Mikhail Saakashvili estabeleceu como objetivo recuperar a soberania sobre os territórios separatistas e promover a adesão à NATO, que foi referendada com uma votação de 72,5% favorável.

Na noite de 7 a 8 de agosto de 2008, tropas georgianas atacaram Tskhinvali, capital da Ossétia do Sul, mas a intervenção de forças russas obrigou à retirada dos georgianos, num conflito de cinco dias que causou mais 600 mortos.

Duas semanas depois, a Rússia reconheceu a independência da Ossétia do Sul e Abecásia, e desde então já pediram a integração na Federação Russa, algo não aceite pelo Kremlin.

A Geórgia continua a reivindicar a sua soberania sobre os territórios e a comunidade internacional sem os reconhecer.

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