O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitro Kuleba, apelou à comunidade internacional que reforce as sanções à Rússia e disponibilize armas para a Ucrânia se defender de uma agressão russa.
“Devem ser impostas mais sanções, devemos receber mais armas e as ações diplomáticas devem ser multiplicadas”, referiu Dmitro Kuleba, em declarações aos jornalistas, após discursar perante a Assembleia Geral da ONU, que teve hoje uma sessão especificamente dedicada à crise na Ucrânia.
O responsável da diplomacia ucraniana repetiu várias vezes que as sanções anunciadas na terça-feira pelos Estados Unidos, União Europeia (UE), Reino Unido e outros países “são apreciadas, mas não são suficientes”.
Dmitro Kuleba alertou que não se deve esperar que os mísseis russos caiam em solo ucraniano para impor novas sanções, defendendo que estas “devem ter um efeito dissuasivo”.
Para o governante, a Ucrânia tem direito a munir-se “de armas defensivas” que espera não terem de ser usadas.
E lembrou que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os secretários de Estado, Antony Blinken, e da Defesa, Lloyd Austin, comprometeram-se a continuar a fornecer armamento e a impor sanções caso a Rússia não mude de atitude.
Critica apelos genéricos à paz
Kuleba criticou ainda os países que se limitam a apelos genéricos à paz, considerando que desta forma “envia-se uma mensagem de que este tipo de comportamento é tolerado”, dando como exemplo o Japão.
A situação que se tem registado no leste da Ucrânia “não é apenas uma ameaça contra a Europa, mas contra a ordem mundial”, alertou.
“A Rússia deve ser pressionada. Deve-se fazer sentir que as sanções não são suportáveis”, atirou.
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