Guerra Rússia-Ucrânia

Guerra domina cimeira UE-China tendo em vista apoio chinês para fim do confronto

Esta não será uma cimeira dominada pelos laços económicos, como de costume, mas antes pela guerra na Ucrânia.

Guerra domina cimeira UE-China tendo em vista apoio chinês para fim do confronto

A União Europeia (UE) e a China reúnem-se esta sexta-feira numa cimeira por videoconferência que será dominada pelo conflito na Ucrânia e na qual o bloco comunitário exortará a esforços chineses para acabar com as hostilidades russas no país vizinho.

Com arranque previsto para as 10:00 (hora local, menos uma em Lisboa), a 23.ª Cimeira UE-China começa com uma sessão de trabalho entre os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acompanhados pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, juntamente com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.

Segue-se, à tarde, uma outra sessão entre os dirigentes da UE e o Presidente chinês, Xi Jinping, numa cimeira ainda realizada à distância devido às restrições relacionadas com a covid-19.

Esta não será, porém, uma cimeira dominada pelos laços económicos, como de costume, mas antes pela guerra na Ucrânia, em altura de aceso confronto armado devido à invasão russa do país no final de fevereiro.

“Não será uma cimeira ‘business as usual’ [‘como habitual’, numa tradução livre], pois queremos ver a China a usar a sua influência, enquanto potência económica e geopolítica, para garantir o respeito pelas leis internacionais com vista ao restabelecimento da ordem de segurança global”, afirmaram, na quinta-feira, fontes europeias numa antecipação da cimeira.

UE vai “apelar à China para influenciar a Rússia a acabar com as hostilidades”

O bloco comunitário vai, assim, “apelar à China para influenciar a Rússia a acabar com as hostilidades”, de acordo com as mesmas fontes.

Até porque “a China tem responsabilidades importantes enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, adiantaram.

A ideia será, então, usar este alto encontro diplomático para cooperação entre Ocidente e Oriente com vista ao fim da guerra na Ucrânia, exortando ainda a China a não apoiar a Rússia para ultrapassar as sanções financeiras aplicadas pela UE contra o regime russo, como congelamento de bens.

Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia, já que se recusou a condená-la, mas já tentou distanciar-se da guerra iniciada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, apelando ao diálogo e ao respeito pela soberania dos outros países.

A China defendeu, por um lado, que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema.

A invasão russa do território ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

CONFLITO UCRÂNIA – RÚSSIA

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