O conflito intensifica-se no leste da Ucrânia, com as forças russas a quererem o controlo do Donbass. Esta segunda-feira, ficou também marcada pela morte do jornalista francês Frédéric Leclerc-Imhoff. Os avanços e recuos da guerra, na análise diária de José Milhazes e Nuno Rogeiro.
José Milhazes começa por destacar o encontro entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, – em particular para a diferença na informação anunciada pelos dois países depois da reunião.
“Erdogan e as autoridades turcas afirmam que o Presidente teria proposto a Vladimir Putin o início de conversações entre russos e ucranianos, sobre a égide da ONU, em Istambul. Porém, essa parte revelada pelos turcos, não aparece no comunicado oficial russo nem nas notícias russas. Daí se concluir que a vontade de paz de Putin deve andar muito perto do zero”, conclui Milhazes.
Sobre a morte do jornalista francês, o comentador sublinha que “veio mostrar que os russos estão dispostos a tudo para alcançarem uma vitória, [que] não olham a meios”.
Até agora, Moscovo não deu uma explicação oficial para o assassinato do jornalista. No entanto, o comentador da SIC sublinha que “a principal agência russa de informação deu esta notícia com as palavras de Emmanuel Macron, Presidente francês, mas, em baixo, sublinhava que Vladimir Putin sempre afirma que o principal objetivo dos russos é poupar os civis”.
“Nós não sabemos qual será a explicação de Moscovo para o assassinato deste jornalista, mas talvez Moscovo venha a descobrir que esse jornalista fazia parte do famoso batalhão Azov ou que era um mercenário”, ironiza. “Pedir desculpa, Putin não sabe o que é isso.”
Nuno Rogeiro deixa elogios ao trabalho do jornalista e lembra que o camião onde seguia, juntamente com mais pessoas, “estava num corredor que teria sido aberto por acordo comum entre a Ucrânia e a Rússia”.
O comentador faz ainda uma análise dos avanços militares no terreno e apresenta um vídeo, onde se vê um combate em trincheiras entre um soldado ucraniano e uma infantaria russa. Compara as imagens ao que se viveu na I Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, destacando o “nevoeiro da guerra”.
“O soldado que está num grande campo de batalha só vê uma parte. Pode ver um cavalo a fugir, pode ver um camião destroçado, pode ver um canhão a disparar, mas não vê o todo. Isto faz parte do nevoeiro da guerra”, esclarece.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
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