A presidente da Comissão Europeia reiterou esta quarta-feira que a União Europeia fará a sua parte na ajuda à reconstrução da Ucrânia, mas advertiu desde já que não o pode fazer sozinha, tal a escala da destruição provocada pela Rússia.
Discursando perante o Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), Ursula von der Leyen sublinhou que a Ucrânia precisa de apoio no imediato e para o esforço de reconstrução após o conflito, apontando que, em qualquer dos casos, as necessidades financeiras são de grande dimensão.
“Espera-se que o PIB [Produto Interno Bruto] da Ucrânia caia entre 30% a 50% só este ano. E o FMI [Fundo Monetário Internacional] estima que, a partir de maio, a Ucrânia necessite de 5 mil milhões de euros por mês para simplesmente manter o país a funcionar, pagando pensões, salários e serviços básicos. Temos de os apoiar, mas não o podemos fazer sozinhos. Saúdo o facto de os Estados Unidos terem anunciado um apoio orçamental maciço. E nós, como Equipa Europa, também faremos a nossa parte”, disse.
A presidente da Comissão prosseguiu advertindo que, “depois, numa segunda fase, há o esforço de reconstrução mais amplo” e, para esse, até é difícil adiantar estimativas de custos.
“A escala da destruição é colossal. Hospitais e escolas, casas, estradas, pontes, caminhos-de-ferro, teatros e fábricas – tanta coisa tem de ser reconstruída. No nevoeiro da guerra, é difícil chegar a uma estimativa precisa. Os economistas estão a falar de várias centenas de milhares de milhões de euros. E os custos estão a aumentar a cada dia que passa desta guerra sem sentido”, disse.
“Queremos que a Ucrânia vença esta guerra. Mas queremos também estabelecer as condições para o sucesso da Ucrânia no rescaldo da guerra”, afirmou.
Durante a sua intervenção esta manhã no hemiciclo de Estrasburgo, Von der Leyen anunciou a proposta do seu executivo relativamente a um sexto pacote de sanções à Rússia devido à sua agressão militar à Ucrânia, que contempla a proibição das importações europeias de petróleo à Rússia, a concretizar gradualmente até final do ano.
“No último pacote de sanções, começámos com o carvão, agora estamos a abordar a nossa dependência do petróleo russo. Sejamos claros, não vai ser fácil [pois] alguns Estados-membros são fortemente dependentes do petróleo russo, mas temos simplesmente de trabalhar nesse sentido e propomos agora uma proibição do petróleo russo”, declarou.
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