O primeiro-ministro da Hungria diz que o país não pode apoiar o novo pacote de sanções da União Europeia à Rússia, que inclui um embargo às importações de petróleo.
Viktor Orbán afirma que a proposta europeia iria ser uma “bomba atómica” para a economia húngara.
No entanto, acrescenta que a Hungria está preparada para negociar um acordo para impor novas sanções a Moscovo, que vai de encontro aos interesses húngaros.
Esta semana, a presidente da Comissão Europeia propôs o mais severo pacote de sanções contra Moscovo, devido à invasão da Ucrânia. Mas vários países mostraram-se preocupados com o possível impacto do embargo.
Em entrevista a uma rádio local, o primeiro-ministro húngaro adianta que o país ia precisar de cinco anos e de um grande investimento para nas refinarias e oleodutos para poder transformar o seu sistema atual, que depende de cerca de 65% do petróleo russo.
Afirma ainda que a Hungria está à espera de uma nova proposta de Bruxelas.
“Não quero confrontar a União Europeia, mas sim cooperar…, mas isto só é possível se eles levarem em conta os nossos interesses”, diz.
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