Guerra Rússia-Ucrânia

Guerra na Ucrânia: Kremlin assume o controlo da Internet em Kherson

Analistas em rede comparam o que se passou agora em Kherson com o que aconteceu na Crimeia, em 2014, depois da anexação russa.

Guerra na Ucrânia: Kremlin assume o controlo da Internet em Kherson

O Kremlin assumiu o controlo da Internet na cidade ucraniana de Kherson, 24 horas depois de ter ocorrido um apagão dos serviços online naquele centro portuário, no Mar Negro, tomado pelos russos em março, disseram analistas em rede.

“Alguém deve ter ativado uma linha da Crimeia para Kherson”, adiantou o diretor de análise de Internet da Kentik Inc., Doug Madory.

Doug Madory considerou a situação “estranhamente semelhante” à que aconteceu após a Rússia ter anexado a Crimeia em 2014.

O monitor de Internet Netblocks, com sede em Londres, como Doug Madory, informou que o tráfego na região de Kherson havia sido redirecionado na noite de domingo pela Rostelecom, controlada pelo Estado russo, após uma interrupção de um dia.

No domingo, autoridades ucranianas disseram que as comunicações de Internet e telemóvel foram interrompidas numa grande área da região portuária e parte da região de Zaporijia e culparam a Rússia. Os responsáveis ucranianos atribuíram as interrupções a quebras nos cabos de backbone de fibra ótica e a uma queda de energia.

O Serviço de Comunicação Especial do Estado ucraniano disse que o Kremlin alegou falsamente que o Governo da Ucrânia havia ordenado a desconexão.

Num comunicado, a entidade referiu que a interrupção era “outra tentativa de deixar os ucranianos sem acesso às informações verdadeiras“, sugerindo que Moscovo estava a preparar-se para cimentar o controlo político introduzindo o rublo russo como moeda e realizar um “possível referendo falso”.

A Rússia continua a sua ofensiva no sul da Ucrânia, com o objetivo de ocupar toda a região de Kherson – importante porto do Mar Negro e do rio Dniepre e sede de várias empresas da indústria naval -, onde os moradores estão a ser pressionados para aceitar as tropas de ocupação como legítimas, segundo Kiev.

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