O Presidente francês, Emmanuel Macron, conversou esta terça-feira com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sobre as reservas de Budapeste ao embargo da União Europeia (UE) ao petróleo russo, por causa da invasão da Ucrânia.
Um porta-voz do Governo húngaro confirmou a conversa telefónica entre os dois líderes sobre a segurança energética na Europa, depois de Orbán ter discutido o tema, na segunda-feira, com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
“Os contactos continuam a todos os níveis, com o objetivo de chegar, o mais depressa possível, a um acordo completo” sobre um novo pacote de sanções da UE contra a Rússia, acrescentaram fontes da presidência francesa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjártó, esclareceu ainda que a economia do seu país, muito dependente do petróleo e do gás russos, sofrerá severamente se Bruxelas insistir no embargo energético contra Moscovo.
“Caso a proposta de sanções contra a Rússia que a Comissão Europeia planeia introduzir seja aprovada, será impossível obter a quantidade de petróleo necessária para movimentar a economia húngara”, denunciou o chefe da diplomacia húngara.
A elevada dependência de países como Hungria, Eslováquia, Bulgária e República Checa do petróleo russo tem impedido um acordo dentro da UE sobre esse embargo, já que estes países solicitam prazos específicos mais longos para adaptar as suas estruturas energéticas.
A proposta da Comissão Europeia, apresentada na semana passada, visa proibir as importações de petróleo russo para a UE seis meses após a entrada em vigor das sanções, enquanto no caso do petróleo refinado o prazo é estendido para oito meses.
Com LUSA
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