A NATO vai reforçar as defesas na Europa oriental, mas sem atravessar as fronteiras da Ucrânia, invadida pela Rússia, disse esta quarta-feira, em Bruxelas, o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg.
“Os aliados estão unidos no que respeita ao apoio à Ucrânia e os ministros reforçaram hoje a importância de dar assistência com equipamento avançado, sistemas de defesa aérea, armas antitanque e outros tipos de apoio, mas não haverá qualquer destacamento da NATO na Ucrânia“, disse Stoltenberg, numa conferência de imprensa no final de uma reunião de ministros da Defesa da NATO.
O secretário-geral adiantou ainda que os ministros concordaram na necessidade de reforçar a presença da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa) no flanco leste, ambicionando que “os chefes de Estado e de Governo, quando se reunirem no final de junho, possam tomar as decisões sobre o aumento significativo da nossa presença, reforçando a nossa dissuasão e defesa, na terra, no mar e no ar”.
Na próxima semana está marcada uma cimeira extraordinária dos 30 aliados “para assegurar que continuamos unidos no apoio à Ucrânia e enviar uma mensagem clara à Rússia” nesse sentido. Mas, por outro lado, a organização “tem a responsabilidade de assegurar que este conflito não escala para além da Ucrânia”, disse.
“Vemos morte, destruição e sofrimento na Ucrânia, mas a situação pode piorar se a NATO tomasse medidas que de facto transformassem esta guerra num conflito total com a Rússia“, advertiu. “Ajudamos a Ucrânia também porque sabemos que o que conseguem alcançar na mesa das negociações está intimamente ligado à situação no campo de batalha”, disse ainda Jens Stoltenberg.
“Apoiamos todos os esforços para encontrar uma solução negociada, para encontrar uma solução diplomática, e – claro – apoiamos e saudamos as conversações e negociações que estão a decorrer entre a Ucrânia e a Rússia”, acrescentou também.
Com LUSA
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