A Presidência ucraniana respondeu esta segunda-feira ao discurso do Presidente russo sobre o “Dia da Vitória”, afirmando que a NATO não planeou atacar a Rússia e que a guerra iniciada por Moscovo reflete “ambições imperialistas doentes”.
“Digamo-lo novamente. Os países da NATO não planearam atacar a Rússia. A Ucrânia não planeou atacar a Crimeia. Os militares russos morrem não a defender o seu país, mas a tentar ocupar outro”, escreveu o conselheiro presidencial ucraniano Mikhail Podolyak na rede social Twitter.
Let's talk again. NATO countries were not going to attack Russia. Ukraine did not plan to attack Crimea. The Russian military is dying, not defending their country, but trying to occupy another. There were no rational reasons for this war other than 🇷🇺 sick imperial ambitions.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) May 9, 2022
“Não havia razões racionais para esta guerra a não ser as doentias ambições imperialistas da Rússia”, acrescentou Podolyak, citado pela agência espanhola EFE.
Trata-se da primeira reação de Kiev ao discurso desta segunda-feira do Presidente Vladimir Putin na Praça Vermelha, em Moscovo, que assinalou os 77 anos da vitória sobre a Alemanha nazi, em 1945.
Putin disse que a invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro, foi uma “resposta preventiva” à ameaça da NATO e do Ocidente contra Moscovo.
Segundo Putin, foi uma “medida necessária” e a “única possível” perante a situação.
“Vemos como se mobilizaram as infraestruturas militares, como centenas de especialistas estrangeiros trabalharam na Ucrânia e como os estavam a abastecer com armamento da Aliança Atlântica”, afirmou.
Putin disse que, em dezembro de 2021, a Rússia apelou ao Ocidente para um “diálogo sincero” e para “procurar soluções razoáveis e compromissos para o bem comum”, mas que os países da NATO não quiseram ouvir.
“Significava que, de facto, tinham planos completamente diferentes”, justificou.
A Rússia e a Ucrânia pertenciam ao mesmo Estado, a União Soviética, quando o regime nazi de Adolf Hitler foi derrotado na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), mas estão em guerra 77 anos depois.
Além de se desconhecer o número de baixas civis e militares, a guerra na Ucrânia provocou mais de 5,5 milhões de refugiados, a prior crise do género na Europa, precisamente desde a Segunda Guerra Mundial.
Com LUSA
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