A Hungria entra à meia-noite desta terça-feira em estado de emergência devido à guerra na vizinha Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
“O Governo declara o estado de emergência por causa da guerra na Ucrânia”, disse Orbán, num vídeo divulgado na rede social Facebook, poucas horas depois de o Parlamento ter aprovado uma emenda constitucional que abriu a possibilidade de anunciar tal medida.
Orbán, líder de extrema-direita, avisou que o mundo está prestes a entrar numa crise económica e reiterou que o país “deve permanecer fora da guerra, proteger a segurança das famílias”.
“Para isso precisamos de espaço de manobra”, salientou.
O primeiro-ministro disse que a crise está a ser desencadeada pela invasão russa da Ucrânia e pelas sanções de Bruxelas contra Moscovo.
O estado de emergência significa que o Governo pode emitir decretos relacionados com o assunto, sem consultar o Parlamento.
A alteração adotada esta terça-feira foi proposta pelo executivo húngaro após a invasão russa da Ucrânia para fornecer ao país “os instrumentos necessários para ajudar, apoiar e acomodar os refugiados, bem como para contrariar e aliviar os efeitos económicos negativos”.
A Hungria não envia armas para a Ucrânia, argumentando que não se quer envolver na guerra no país vizinho.
O estado de emergência está em vigor na Hungria há dois anos devido à pandemia de covid-19, embora deva ser levantado pelo Parlamento a 31 de dezembro.
O país da Europa Central encontra-se também em estado de emergência devido à migração em massa desde o outono de 2015, que foi introduzida durante a crise dos refugiados e que se manteve apesar de o número de migrantes que entraram na Hungria ter diminuído drasticamente no final desse ano.
COM LUSA
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