O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fala esta terça-feira sobre o conflito Rússia-Ucrânia.
Joe Biden começou por considerar “bizarro” o reconhecimento das regiões de Donetsk e Lugansk como independentes. Biden acredita que Putin tem intenção de invadir mais zonas da Ucrânia.
“Este é o início da invasão da Rússia à Ucrânia”, afirmou.
Por essa razão, Biden anunciou que irá aplicar sanções à Rússia e às elites políticas russas, que vão “mais além do que os aliados implementaram em 2014”. “E se a Rússia avançar com esta invasão iremos avançar com mais sanções”
“Quem é que o Putin pensa que é para achar que tem o direito de declarar novos auto-proclamados países em territórios que pertence aos seus vizinhos? Isto é uma violação clara da Lei Internacional e merece uma resposta firme da comunidade internacional.”
Para Biden, esta decisão de reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk é uma “movimentação inegável” contra a Ucrânia. Por isso, anuncia que irão ser aplicados bloqueios a dois grandes grupos económicos russos, assim como será bloqueada a venda de dívida da Rússia a grupos financeiros ocidentais
“Não poderá mais ir buscar dinheiro ao Oeste e não pode trocar nova dívida nos nossos mercados e nos europeus”, anunciou.
Outra sanção anunciada é o bloqueio – decidida em conjunto com o Governo alemão – foi o bloqueio do gasoduto Nord Stream 2.
Biden garantiu ainda que os EUA irão continuar a prestar assistência à Ucrânia, anunciando que autorizou a movimentação militar de soldados – que já estão em território europeu – para a Estónia, a Letónia e a Lituânia, países que fazem fronteira com a Bielorrússia, onde a Rússia tem forças militares.
“Deixem-me ser claro: isto são movimentações defensivas da nossa parte. Não temos intenção de lutar contra a Rússia. Queremos a enviar uma mensagem inequívoca: que os EUA em conjunto com os aliados vai defender cada metro do território da NATO, em concordância com os acordos feitos.”
Biden considera que Putin está preparado para uma guerra, analisando as movimentações militares na fronteira com a Rússia-Ucrânia, Bielorrússia-Ucrânia e no mar Negro. “Não precisamos de sangue a não ser que esteja a pensar criar uma guerra”, afirma, comentado a movimentação de reservas de sangue para a fronteira.
“Nenhum de nós se vai deixar enganar. Não existe justificação”, afirma Biden, sublinhando que “a Rússia e apenas a Rússia será responsabilizada” por este conflito.
Biden terminou o discurso defendendo continua “aberto à diplomacia, se for verdadeira”, de forma a evitar que situação pior. No entanto, afirma que também estará preparados para responder à Rússia, caso Putin prossiga com a invasão.
O Presidente norte-americano admite que “defender a liberdade irá ter custos” para os EUA, mas sublinha que irá tentar que as sanções aplicadas ao país sejam cobradas à Rússia. Prometeu também proteger as empresas e a economia do país.
“Ele atacou diretamente o direito da Ucrânia existir.”
Putin reconhece independência de Donetsk e Lugansk
As tropas russas entraram na região de Donbass, onde se localizam Donetsk e Lugansk que Vladimir Putin reconheceu ontem como independentes e deu ordem para a mobilização do Exército para estes territórios pró-russos para “manter a paz”.
O Presidente da Ucrânia garante que as fronteiras “vão manter-se como estão” e acusa a Rússia de ter destruído “o esforço para a paz”. Volodymyr Zelensky diz que o país está preparado para tudo e pede o apoio dos aliados.
A ONU condena a atitude da Rússia e os líderes ocidentais começam a anunciar sanções.
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