As negociações entre a Rússia e a Ucrânia para encontrar uma solução para a guerra “estão a derrapar”, não tendo até agora produzido qualquer progresso visível, declarou esta sexta-feira o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
“Elas estão a derrapar, pois uma proposta que apresentámos aos negociadores ucranianos há cinco dias, e que foi elaborada tendo em conta os comentários deles, continua sem resposta”, declarou Lavrov numa conferência de imprensa em Moscovo com o seu homólogo cazaque, Mukhtar Tleuberdi.
A equipa negocial ucraniana disse nunca ter recebido qualquer proposta russa e acusa Moscovo de mais uma manobra de desinformação para manipular a opinião pública.
Na mesma ocasião, o MNE russo disse igualmente ter dúvidas quanto à vontade dos dirigentes ucranianos de prosseguir as negociações.
“É muito estranho para mim ouvir todos os dias declarações (…), inclusive do Presidente [ucraniano] e dos seus conselheiros, que dão a impressão de que não precisam destas negociações para nada”, observou Lavrov, sem especificar exatamente a que declarações se referia.
O chefe da delegação negocial russa, Vladimir Medinski, indicou também que esta sexta-feira decorreu uma nova sessão de conversações.
Na semana passada, Kiev assegurou que as negociações com Moscovo estavam a ser “extremamente difíceis”.
Entretanto, no terreno, os combates prosseguem, em particular no leste da Ucrânia e na grande cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país, desde o início de março cercada pelo exército russo e onde as forças ucranianas controlam ainda o enorme complexo industrial siderúrgico de Azovstal, onde se encontram refugiados milhares de civis.
Com LUSA
SAIBA MAIS
- Negociações entre Moscovo e Kiev são “uma perda de tempo”, diz José Milhazes
- Guerra na Ucrânia: Guterres na próxima semana em Moscovo, negociações estão “a derrapar”
- Aviso de Zelensky à Rússia: eliminar soldados ucranianos em Mariupol põe fim às negociações de paz
- Ucrânia nega que negociações com a Rússia estejam num beco sem saída
- Rússia acusa Ucrânia de minar negociações, Kiev pede redução do “grau de hostilidade”