A Ucrânia recusa falar em rendição, mas assume o fim da resistência em Mariupol. A Rússia revelou que já se renderam quase mil combatentes ucranianos cercados na siderúrgica.
Esta quarta-feira saíram mais 694 combatentes ucranianos de Azovstal, informou o Ministério da Defesa da Rússia.
O líder separatista de Donetsk adianta que estão ainda no interior de Azovstal os comandantes das unidades ucranianas, incluindo o líder do regimento de Azov, Denis Prokopenko, que o Kremlin acusa de ser neonazi.
A Ucrânia continua a recusar falar em rendição. Justifica as ordens de baixar as armas para salvar vidas e dá apenas por terminados os combates em Azovstal.
Segundo Kiev, os resistentes cumpriram uma missão importante porque bloquearam, por dois meses, armamento e milhares de soldados russos nesta cidade portuária.
A Amnistia Internacional pediu já respeito pelas Convenções de Genebra e acesso incondicional da Cruz Vermelha aos prisioneiros de guerra.
Oficialmente, os dois últimos grupos que saíram de Azovstal foram levados, sob escolta militar, para cidades do Donbass: para Novoazovsk e para a antiga colónia penal de Olenivka.
Já esta tarde, os russos fizeram questão de sossegar as preocupações das organizações internacionais e divulgaram imagens de feridos ucranianos num hospital militar.
Com a conquista de Azovstal, a Rússia passa a controlar Mariupol, bloqueia aos ucranianos o acesso ao mar de Azov e cumpre o objetivo estratégico de ter uma ligação terrestre entre a península da Crimeia e o leste da Ucrânia.
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