O Presidente da República considerou esta quarta-feira que se está a viver o “momento de maior esperança” nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, apelando a que se traduza em “sinais sérios” e não “jogadas ou manobras de diversão”.
“Já há alguns dias tenho vido a dizer, cuidadosamente, que há sinais de avanços para aquilo que é fundamental: a paz. Têm que ser sinais sérios, não podem ser jogadas ou manobras de diversão, a ganhar tempo, em termos de domínio do território”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República falava aos jornalistas durante uma visita à Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre entre esta quarta-feira e dia 20 de março na Feira Internacional de Lisboa (FIL), tendo reagido às palavras do Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, que afirmou esta quarta-feira que há “alguma esperança de compromisso” nas negociações com a Ucrânia.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “tudo o que está a passar-se a uma velocidade aparentemente crescente, é positivo”, salientando que as negociações são uma “corrida contra o tempo”.
“Quanto mais depressa for possível chegar a um cessar-fogo, a negociações que sejam frutuosas, e a uma solução que seja duradoura, melhor: melhor para a Ucrânia, martirizada, melhor para a Rússia, melhor para a Europa e melhor para o mundo”, disse.
O Presidente da República frisou que as negociações são “um processo, que tem avanços e recuos”, considerando que se está a viver o “momento de maior esperança” desde o início da guerra na Ucrânia: “É bom que se concretiza esse esperança”, acrescentou.
Questionado pelos jornalistas sobre a iniciativa da Polónia – que apelou, na terça-feira, a que a NATO envie uma “missão de paz” armada para a Ucrânia, com vista a prestar “ajuda humanitária e pacificadora” -, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou não querer “entrar em pormenores”, considerando que “tudo o que se diga agora, dificulta, não facilita”.
“O que tem de ser decidido, negociado, ajustado, é de forma discreta. Aquilo que se diz em público, é respeitável, mas acho que Portugal tem tomado uma posição muito sensata – o senhor primeiro-ministro, o senhor ministro dos Negócios Estrangeiros, o senhor ministro da Defesa Nacional, o Presidente da República – que é não falar para além de aquilo que é estritamente necessário”, afirmou.
Marcelo considerou que “é melhor deixar seguir o curso cuidadoso dos acontecimentos”, relembrando que a União Europeia são “27 países”, a que acrescem ainda os aliados, tendo todos “muitas ideias” e “muitas iniciativas” diversas, “muitas delas boas”.
Com LUSA
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