Mariupol é uma cidade em ruínas, controlada pelas forças russas. Nela permanecem cerca de 100 mil civis. Sair da cidade é praticamente inviável e nem mesmo o anúncio de tréguas é garantia de salvação para quem ficou para trás.
Quem sobrevive no complexo industrial de Azovstal, contra todas as probabilidades, já só pensa em fugir. Os soldados russos deixaram algumas rações de combate e prometeram a um casal que os levaria para Grasnodar, na Rússia.
A maioria dos que escaparam, fizeram-no ainda antes das forças russas e pró-russas controlarem a totalidade da cidade e as rotas de fuga. Alguns saíram sem se despedirem dos seus familiares.
O cerco e o bombardeamento a Mariupol podem ter feito mais de 20 mil mortos – 600 num só ataque a um edifício onde estavam refugiados civis.
Uma investigação da agência noticiosa Associated Press aponta o dobro das fatalidades avançado inicialmente. Foram analisadas fotografias, vídeos e plantas do edifício e recolhidos mais de 20 testemunhos, entre sobrevivente e socorristas.
Também as equipas de resgate avançam que o total de vítimas pode ser ainda mais elevado: dos cerca mil pessoas que as autoridades estimavam estar no Teatro Drama de Mariupol, apenas 200 escaparam com vida.
O real número nunca venha a ser conhecido, admitem as autoridades, uma vez que, segundo testemunhas, há corpos que podem ter sido levados ou queimados pelo exército russo.
Conflito Rússia-Ucrânia
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