O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, apelou este domingo aos investigadores científicos para que estudem os efeitos da propaganda russa, considerando que esta abriu caminho para as atrocidades perpetradas pela Rússia durante a ocupação da cidade de Bucha.
“Bucha não aconteceu num dia. Durante muitos anos, as elites políticas russas e a propaganda incitaram ao ódio, desumanizaram os ucranianos e alimentaram a superioridade russa preparando o terreno para as atrocidades cometidas agora”, escreveu Kuleba na sua conta na rede social Twitter.
Bucha did not happen in one day. For many years, Russian political elites and propaganda have been inciting hatred, dehumanizing Ukrainians, nurturing Russian superiority, and laying ground for these atrocities. I encourage scholars around the globe to research what led to Bucha.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) April 10, 2022
“Apelo aos investigadores de todo o mundo para que analisem e examinem o que conduziu ao ocorrido em Bucha”, frisou.
A Ucrânia e os países ocidentais acusaram as tropas russas de “massacres e crimes de guerra” na sequência da descoberta de dezenas de cadáveres nas ruas de Bucha, uma pequena cidade a noroeste de Kiev recuperada pelas tropas ucranianas em 31 de março.
Embora não se confinem a Bucha, esta pequena cidade tornou-se num símbolo das atrocidades de guerra perpetradas pelos russos depois de, no passado dia 2, jornalistas da agência France Presse se terem deparado com vinte cadáveres vestidos à civil, cujos corpos se encontravam espalhados ao longo de várias centenas de metros numa rua da cidade.
Um dos corpos encontrava-se deitado sobre uma bicicleta, outros tinham sacos de comida junto de si, e outro encontrava-se deitado de lado apresentando as mãos amarradas atrás das costas. Pelo menos dois dos cadáveres apresentavam grandes ferimentos na cabeça.
O massacre em Bucha causou indignação e condenação do mundo inteiro e levou os aliados de Kiev a impor novas sanções à Rússia.
Veja também
SAIBA MAIS
- Ataques russos deixaram rasto de destruição em Chernihiv
- “Puseram explosivos debaixo dos mortos”: trabalhos de resgate continuam em Borodyanka
- Ucrânia garante estar pronta para a batalha no leste