O investigador chefe da Rússia disse esta segunda-feira que ordenou a abertura de uma investigação àquilo a que chamou de “provocação” ucraniana, depois de Kiev acusar as tropas russas de assassinarem civis, na cidade de Bucha.
Alexander Bastrykin, chefe do Comité de Investigação da Rússia, justificou a decisão, alegando que a Ucrânia espalhou “deliberadamente informações falsas” sobre as forças russas em Bucha.
A informação foi avançada pela agência Reuters, que cita o comunicado divulgado pelo comité.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou no domingo os líderes russos de ordenar “tortura e assassínios” em Bucha, na região de Kiev, onde foram encontradas valas comuns e centenas de corpos de civis.
A Rússia negou que as tropas tenham matado civis em Bucha e assegurou que todas as fotografias e vídeos publicados pelo Governo ucraniano são “uma provocação”.
O anúncio da investigação surge no mesmo dia em que a Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o que chamou de “provocações odiosas” da Ucrânia sobre a situação em Bucha.
“À luz das provocações odiosas dos radicais ucranianos em Bucha, a Rússia solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira, 4 de abril”, escreveu na rede social Twitter o vice-embaixador da Rússia na ONU, Dimitri Poliansky.
“Com base no que vimos em Bucha e nos arredores, podemos concluir que a Rússia é pior do que o Daesh”
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraiano, Dmytro Kuleba, descreve o cenário encontrado em Bucha como uma “brutalidade” e acusa a Rússia de ser pior do que o Daesh.
“Com base no que vimos em Bucha e nos arredores, podemos concluir que a Rússia é pior do que o Daesh, em termos da dimensão e da brutalidade dos crimes cometidos”, afirma Kuleba.
O assessor do Presidente da Ucrânia, Sergii Nykyforov, explica que “encontrámos pessoas de mãos e pernas amarradas e com buracos de balas na nuca. Não há dúvida de que eram civis e de que foram executados”.
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