O presidente da Câmara Baixa russa (Duma), Viacheslav Volodin, saudou esta quarta-feira o corte do fornecimento de gás russo à Bulgária e à Polónia e pediu o alargamento da medida a “outros países hostis”.
“A Gazprom suspendeu completamente o fornecimento de gás à Bulgária e à Polónia. É uma decisão correta. Os deputados da Duma apoiam”, escreveu Volodin numa mensagem na rede social Telegram.
O presidente da Duma acrescentou que a Bulgária e a Polónia tiveram a oportunidade de “aceitar a proposta” do Presidente russo, Vladimir Putin, de pagar o fornecimento de gás natural na moeda russa, o rublo.
“Os dirigentes desses países não quiseram. Bem, agora devem explicar aos seus cidadãos como vão sair desta situação e que interesses tiveram em conta ao tomar essa decisão”, sublinhou Volodin.
O presidente da Duma acrescentou que “é necessário agir da mesma forma em relação a outros países hostis” à Rússia.
A 31 de março, Putin assinou um decreto que estabelecia que o comércio de gás natural russo com países considerados “hostis” por Moscovo, os vinte e sete da União Europeia (UE) e outros 21 estados, deve ser feito em rublos.
A medida foi adotada em resposta às sanções ocidentais contra a Rússia pela chamada “operação militar especial” na Ucrânia, que teve o seu início a 24 de fevereiro.
A presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, assegurou esta quarta-feira que a União Europeia tem planos de contingência para possíveis cortes de gás da Rússia, após a suspensão dos fornecimentos à Bulgária e à Polónia por não pagarem em rublos.
“O anúncio da Gazprom de que suspenderá unilateralmente a entrega de gás a clientes na Europa é mais uma tentativa da Rússia de usar o gás como ferramenta de chantagem”, afirmou Von der Leyen num comunicado.
Em comunicado, a Gazprom disse que notificou a empresa búlgara Bulgargaz e a empresa polaca PGNiG da “suspensão das entregas de gás a partir de 27 de abril e até que o pagamento seja feito em rublos”.
Com LUSA
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