Guerra Rússia-Ucrânia

NATO incita China para que “deixe de amplificar as falsas narrativas do Kremlin”

Aliança Atlântica exorta todos os Estados “a manterem a ordem internacional”.

NATO incita China para que “deixe de amplificar as falsas narrativas do Kremlin”

Os chefes de Estado e de Governo da NATO, reunidos, esta quinta-feira, em Bruxelas, exortaram a China a abster-se de “apoiar de qualquer forma o esforço de guerra da Rússia” na Ucrânia, incluindo a ajudar Moscovo a “contornar as sanções”.

“Exortamos todos os Estados, incluindo a República Popular da China, a manterem a ordem internacional, incluindo os princípios de soberania e integridade territorial, tal como consagrados na Carta das Nações Unidas, a absterem-se de apoiar de qualquer forma o esforço de guerra da Rússia, e a absterem-se de qualquer ação que ajude a Rússia a contornar as sanções”, lê-se na declaração adotada após a cimeira extraordinária.

Os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) afirmam-se “preocupados com os recentes comentários públicos de funcionários da República Popular da China” e apelam a Pequim “para que deixe de amplificar as falsas narrativas do Kremlin, em particular sobre a guerra e sobre a NATO, e para que promova uma resolução pacífica do conflito”.

Diretamente a Moscovo, a NATO reitera os apelos para que permita “o acesso humanitário rápido, seguro e sem entraves e corredores seguros para os civis, e a permitir que a ajuda humanitária seja entregue a Mariupol e a outras cidades sitiadas”.

A Aliança Atlântica pede ainda à Rússia para que se “empenhe construtivamente em negociações credíveis com a Ucrânia para alcançar resultados concretos, começando com um cessar-fogo sustentável e avançando para uma retirada completa das suas tropas do território ucraniano”.

“A Rússia precisa de mostrar que leva a sério as negociações, implementando imediatamente um cessar-fogo”, sustenta.

Os líderes da NATO enfatizaram também que “a agressão contínua da Rússia enquanto decorrem as discussões é deplorável“. Condenam “os ataques contra as infraestruturas civis, incluindo as que põem em perigo as centrais nucleares” e asseguram que continuarão a “combater as mentiras da Rússia sobre o seu ataque à Ucrânia e a expor narrativas fabricadas ou operações de “bandeira falsa””.

“Qualquer utilização pela Rússia de uma arma química ou biológica seria inaceitável e resultaria em consequências graves”, advertem.

NATO solidária com Ucrânia, mas não faz os anúncios esperados

Numa cimeira em que voltaram a escutar-se apelos, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no sentido de um “apoio militar sem restrições” que permita às forças ucranianas reequilibrar uma luta “desigual” contra o exército russo, os líderes da NATO reafirmaram a “total solidariedade” com Zelensky, o governo ucraniano e “os bravos cidadãos ucranianos que estão a defender a sua terra”, mas não fizeram os anúncios desejados por Kiev.

Os aliados confirmam que irão “prestar assistência em áreas como a cibersegurança e a proteção contra ameaças de natureza química, biológica, radiológica e nuclear“, recordando que os países membros da Aliança “também prestam um amplo apoio humanitário e estão a acolher milhões de refugiados”.

“Os ministros dos Negócios Estrangeiros irão debater mais aprofundadamente o seu apoio à Ucrânia quando se reunirem em abril”, acrescentam.

Dando conta de que concordaram esta quinta-feira em “acelerar os esforços” com vista ao cumprimento de consagrar 2% do PIB a despesas em defesa, os aliados indicam ainda que também aumentarão a “preparação e prontidão para ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares”, agendando desde já decisões concretas para a cimeira da NATO a celebrar em Madrid, no mês de junho.

Durante a cimeira, que ainda decorre, a primeira presencial ao nível de chefes de Estado e de Governo da Aliança desde que, há precisamente um mês, a Rússia invadiu a Ucrânia, a NATO confirmou o fortalecimento da sua postura “dissuasora” na parte oriental da Aliança, tendo aprovado, como primeiro passo, o envio de quatro novos grupos de combate para Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia.

Com LUSA

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