Um marinheiro morreu e outros 27 continuam desaparecidos após o naufrágio do cruzador Moskva na semana passada, anunciou esta sexta-feira o Ministério da Defesa, reconhecendo as baixas pela primeira vez.
“Um soldado foi morto e outros 27 membros da tripulação estão desaparecidos”, adiantou, citado por agências de notícias russas, dizendo que as outras 396 a bordo foram retiradas do navio.
“O Ministério da Defesa está a fornecer todo o apoio e assistência necessários às famílias e amigos dos mortos e desaparecidos”, acrescentou.
O Moskva, navio-almirante da frota russa no Mar Negro, que contou oficialmente com até 680 tripulantes, afundou em 14 de abril.
O naufrágio do Moskva é amplamente visto como uma humilhação para a Rússia e para sua frota, e até mesmo para os defensores do Kremlin, que exigiram uma explicação das autoridades.
Na terça-feira, o portal independente russo Meduza, que citava fontes não identificadas, escreveu que pelo menos 37 pessoas tinham morrido no naufrágio.
A bordo do navio – que de acordo com fontes militares ucranianas naufragou, na semana passada, após ter sido atingido por dois mísseis “Neptune” – estavam cerca de 500 pessoas e destas uma centena ficou ferida, não sendo conhecido o número de desaparecidos.
O portal Meduza citava como fonte “uma pessoa no comando” da Marinha no Mar Negro.
Ativista russo garante: soldados do navio cumpriam serviço militar e “não eram voluntários para lutar contra os ucranianos”
Perante versões contraditórias, são várias as famílias que querem saber o que aconteceu e a precisar de respostas. Qual é a opinião russa? O ativista Pavel Elizarov respondeu em entrevista à SIC Notícias.
Dentro do navio encontravam-se soldados que cumpriam “serviço militar”, incluindo um jovem de 19 anos que, garante Pavel Eliza-rov, “não foi um voluntário para lutar contra os ucranianos”.
O ativista russo afirma ainda que, no país, a sensação da população é a de que estão a perder a guerra, “agora ainda mais com a perda deste navio, um símbolo da frota russa”.
Em Moscovo, “onde não há propaganda militar” e “não se tem conhecimento de mortes militares”, são também cada vez mais os jovens que “estão com medo de ser mobilizados para a guerra” e, consequentemente, também os pais.
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