Nuno Rogeiro esclareceu que o anúncio formal de uma guerra na Ucrânia obrigaria a Rússia a mudar a posição internacional face aos país invadido, assim como, teria que alterar o estatuto de forças, ou seja, “as forças enviadas já não iriam numa operação militar especial”.
“Seria a subida de uma coisa que já é trágica para um patamar de drama nacional, em que os russos seriam chamados a defender a sua pátria”, afirmou, acrescentando que Putin não irá declarar guerra à Ucrânia no dia 9 de maio, tal como tem sido especulado.
José Milhazes referiu que o líder do Kremlin correria um sério risco se avançasse com a declaração de guerra, que obrigaria a uma mobilização geral.
“Uma coisa é quando a pessoa está no sofá a ver televisão e a comentar, a outra é quando te vierem buscar a casa e te mandarem para a frente de combate”, disse.
Novas sanções da UE: “É dizer à Rússia: ‘a vossa economia vai mudar para sempre'”
O novo pacote de sanções que a União Europeia está a preparar, que inclui o embargo ao petróleo e gás russos e remoção de mais bancos do sistema SWIFT, foi tema de destaque. Nuno Rogeiro considera que as medidas vão levar a uma mudança total da economia russa e das relações com a Europa.
“É talvez o passo mais decisivo das últimas décadas para a independência energética da Europa”, sublinhou o comentador da SIC.
Rogeiro revelou ainda que um dos bancos mais importantes, aquele com mais expressão a nível de trocas internacionais, vai ficar de fora do sistema SWIFT.
Delegação do Hamas em Moscovo
José Milhazes voltou a mencionar as “declarações antissemitas” do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, avançando que têm merecido “fortes críticas” dos dirigentes das comunidades hebraicas na Rússia.
O comentador da SIC revelou que a chegou a Moscovo uma delegação do Hamas, movimento radical palestiniano, para “conversações” com Lavrov.
“É uma forma da Rússia tentar picar Israel e só leva Israel a apoiar ainda mais a Ucrânia”, apontou.