Pela primeira vez desde o início da guerra, Odessa foi alvo de um bombardeamento. O principal porto do Mar Negro sofreu um ataque das forças russas. Entretanto, a Ucrânia recusou o ultimato para a rendição de Mariupol, uma cidade está a viver uma situação humanitária terrível.
Em Mariupol, é difícil encontrar uma rua intocada pela guerra. Muitas casas já não têm paredes, a comida é cozinhada com lenha e a população sem casa vagueia pelas ruas.
Quando se pensa que a situação não pode piorar, há 12 dias que a cidade está sujeita a constantes bombardeamentos. Sem água, eletricidade, comunicações e aquecimento, a população vai sobrevivendo em abrigos.
Cercada pelas forças russas e impossibilitada de aceder aos cemitérios nos arredores, a população é obrigada a enterrar os mortos nos espaços verdes livres na cidade.
O número de mortos permanece ainda desconhecido. Não foi possível verificar as baixas provocadas, por exemplo, pelos bombardeamentos relatados no teatro Drama ou numa escola de artes, em que estariam refugiados centenas de civis, segundo as autoridades ucranianas.
As forças russas sustentam que os equipamentos estavam a ser utilizados pelo batalhão Azov, uma milícia nacionalista integrada no exército ucraniano, que tem mantido este ponto estratégico, oficialmente parte da região separatista de Donetsk e reconhecida por Moscovo, em mãos ucranianas.
Aliado de Moscovo, o líder da Chechénia publicou nas redes sociais imagens do que é suposto ser o avanço de guerrilheiros chechenos a caminho de Mariupol.
Em Mykolaiv, várias explosões foram sentidas na cidade. Numa delas, um míssil russo atingiu um hotel utilizado pelo exército ucraniano para pernoitar.
Na capital regional, Kherson, tomada à força pelas forças russas, a população em protesto há vários dias foi dispersada com o recurso a granadas de atordoamento e gás lacrimogéneo.
Pela primeira vez, Odessa foi bombardeada. Nos arredores da cidade, maior porto ucraniano, os bombeiros controlavam o fogo em apartamentos num ataque que terá vindo de duas embarcações russas estacionadas no Mar Negro, repelidas pelas baterias de defesa ucranianas.
De comboio, autocarro ou barco, começa o êxodo de Odessa, a terceira maior cidade da Ucrânia.
