Guerra Rússia-Ucrânia

País do leste europeu vai substituir Rússia no Conselho dos Direitos Humanos da ONU

A suspensão da Rússia foi uma resposta aos alegados abusos que o exército russo está a cometer na Ucrânia.

País do leste europeu vai substituir Rússia no Conselho dos Direitos Humanos da ONU

A Assembleia-Geral da ONU vai eleger um país do leste europeu para substituir a Rússia no Conselho de Direitos Humanos, na sequência da sua saída daquele organismo, anunciou esta sexta-feira um porta-voz do conselho.

A Assembleia-Geral suspendeu na quinta-feira a participação russa no Conselho de Direitos Humanos, ao que a Rússia respondeu retirando-se do organismo e deixando uma cadeira vaga.

Esse assento deverá ser ocupado por outro país, escolhido numa votação cuja data de realização ainda não foi determinada, explicou, em conferência de imprensa esta sexta-feira realizada, o porta-voz Rolando Gómez.

Composto por 47 países, o Conselho de Direitos Humanos deve ter seis Estados do grupo de países do leste europeu, sendo que, depois da saída da Rússia, mantêm-se como membros representantes da região a Ucrânia, a Polónia, a Lituânia, o Montenegro e a Arménia.

A suspensão da Rússia, em resposta aos alegados abusos que o exército russo está a cometer na Ucrânia, foi aprovada por 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções.

Desde que o Conselho de Direitos Humanos foi criado, há 16 anos, apenas um outro país tinha sido suspenso: a Líbia de Muammar Kaddafi, em resposta à repressão aos protestos de 2011, embora meses depois tenha sido readmitida.

A resolução, proposta pelos Estados Unidos e secundada pelo Reino Unido, foi apresentada depois de as autoridades ucranianas terem denunciado a descoberta de mais de 400 corpos de civis nas ruas da cidade Bucha, nos arredores de Kiev, enterrados em valas comuns ou nas ruas e abandonados em edifícios, tendo alguns sido encontrados amarrados ou mutilados. 

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou no domingo a Rússia de cometer “genocídio” na Ucrânia, depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, ter denunciado o que descreveu como “massacre deliberado”.

Entre os 24 países que votaram contra a resolução, contam-se, além da Rússia, a Bielorrússia, a China, Cuba, Síria, Coreia do Norte, Nicarágua e Irão, e entre os que se abstiveram estão o Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Índia e México.

SAIBA MAIS