O Papa Francisco pediu um encontro com o Presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo, para tentar acabar com a guerra na Ucrânia, mas não recebeu uma resposta.
O pedido foi revelado pelo próprio Papa numa entrevista ao jornal italiano Corriere Della Sera.
Na entrevista, disse que o patriarca Cirilo, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, que deu apoio total à guerra, “não pode ser o acólito de Putin”.
Francisco revelou que, três semanas após o início da guerra, pediu a um diplomata do Vaticano para enviar uma mensagem a Putin.
A mensagem dizia que “estava disposto a ir a Moscovo. Certamente, seria necessária [a visita] para o líder do Kremlin permitir uma abertura. Ainda não recebemos uma resposta e continuamos a insistir”.
“Temo que Putin não possa, nem queira ter este encontro neste momento. Mas como é que ele não pode parar tanta brutalidade?”
“Sofro e choro ao pensar no sofrimento da população ucraniana”
O Papa Francisco voltou a apelar à criação de corredores humanitários em Mariupol. Falou de uma “cidade barbaramente destruída” e questionou se estará a ser feito tudo o que é possível para terminar o conflito.
Da janela sobre a Praça de S. Pedro, o Papa falou de olhos postos na Ucrânia. Focou-se em Mariupol para classificar como bárbaro o ataque das forças russas à cidade, que dura desde o início da guerra.
Francisco recordou o sofrimento dos mais velhos e das crianças e, em forma de perguntas, reforçou a crítica aos que não estão empenhados no fim do conflito.
O Papa lançou o apelo a travar a lógica da violência e da espiral do armamento. Pediu também para que se avance pelo caminho do diálogo e da paz.
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