Guerra Rússia-Ucrânia

Reconstruir a Ucrânia: o custo estimado, as três fases do plano e a obtenção dos fundos

Poderão ser precisos mais de 700 mil milhões de euros para o “plano Marshal” ucraniano.

Reconstruir a Ucrânia: o custo estimado, as três fases do plano e a obtenção dos fundos
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Reconstruir a Ucrânia poderá custar mais de 700 mil milhões de euros. O valor foi avançado por Kiev, na Conferência de Lugano, na Suíça, com a expectativa da criação de um novo “Plano Marshall” para a reconstrução do país.

Mais de 40 países, Portugal incluído, e várias organizações internacionais, subscrevem a Declaração de Lugano – os signatários condenam fortemente a agressão militar da Rússia e instam Moscovo a retirar-se rapidamente da Ucrânia.

De Lugano sai, ainda, um compromisso com três vetores fundamentais: transparência, responsabilização e respeito pela lei.

Para a União Europeia, Kiev ainda precisa de progredir em áreas como o Estado de Direito, controlar os oligarcas, combater a corrupção e garantir os direitos fundamentais.

Este compromisso levará à criação de um plano de reconstrução da Ucrânia, semelhante ao plano Marshal, criado no final da Segunda Guerra Mundial para reconstruir a Europa, destruída pelo maior conflito armado do século XX.

Setenta anos depois, os ucranianos estimam que será precisa agora uma verba na ordem dos 720 mil milhões de euros para reconstruir o país e avançam com uma solução para angariar este valor astronómico: usar os “bens confiscados à Rússia e aos oligarcas russos”, disse Denyes Shmyhal, primeiro-ministro da Ucrânia.

Este “Plano Marshal” para a Ucrânia teria três fases: a primeira é reconstruir agora o que é possível e o que é crítico para a vida das pessoas; a segunda fase passa pela recuperação rápida da enorme quantidade de instalações destruídas; e a terceira etapa é uma transformação de longo prazo e aplica-se a todas as áreas, da educação e medicina à transição verde e ao novo complexo militar-industrial.

Contudo, a reconstrução da Ucrânia não é uma mera reconstrução material.

“A reconstrução da Ucrânia será também uma grande reforma para todos nós, pois estamos juntos a unir o mundo democrático. E aquilo que todos verão é que a visão dos povos livres sai sempre vencedora. O mundo verá que ninguém atinge os seus objetivos através da guerra”, disse o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Portugal, que participou na Conferência de Lugano, vai ajudar na reconstrução de escolas na região de Jitomir, onde os ataques russos terão destruído 70 escolas.

O projeto preparatório da reconstrução já se iniciou, num trabalho conjunto de Portugal com as autoridades ucranianas.