O PCP anunciou, esta quarta-feira, que não irá estar presente durante a intervenção do Presidente ucraniano no Parlamento português. Paula Santos, líder parlamentar do PCP, disse que Volodymyr Zelensky “personifica um poder xenófobo e belicista rodeado e sustentado de forças de cariz fascista e neonazi”. Para Ricardo Costa, diretor de informação da SIC, esta posição do partido é “um delírio”.
“A posição do PCP em relação a esta guerra, e nomeadamente ao discurso de Presidente ucraniano, já não é uma posição ideológica. Já é uma posição teológica, numa espécie de ultra integralismo. Parece um pouco aqueles padres da igreja católica que ainda não aceitam o Consílio do Vaticano II”, disse Ricardo Costa no Jornal da Noite.
O jornalista sublinha que a justificação dada pelo PCP, utilizando recorrentemente palavras como “xenófobo”, “fascista”, “belicista” e “neonazi”, “entra no caminho do delírio”.
“Tudo isto assenta numa sobrevalorização de alguns factos históricos do nacionalismo ucraniano que era pró-nazi e de uma série de mentiras ou meias verdades que existem na chamada máquina de propaganda do Kremlin sobre a revolução que houve na Ucrânia em 2014 e da guerra do Donbass”, prossegue Ricardo Costa.
E acrescenta: “Já vimos no discurso do secretário-geral Jerónimo de Sousa informações que são comprovadamente falsas face à posição das Nações Unidas, que é a posição oficial em relação a situações de genocídios ou guerras civis.”
Para o diretor de informação da SIC, esta decisão do PCP está relacionada com a falta de um “quadro internacional minimamente atual” que o possa guiar. O partido “está perdido” e segue “um quadro dos anos 50 que não tem qualquer sentido hoje”.