O primeiro-ministro participou, esta tarde de sexta-feira, na Cimeira de líderes da NATO sobre a ação militar da Rússia sobre a Ucrânia, tendo no final, em conferência de imprensa declarado a “convergência total [dos Estados-membros ] no sentido de reforçar as ações de dissuasão” perante “uma ação militar totalmente injustiçada” da Rússia.
“Portugal, além das forças que este ano tem afetas ao comando europeu da NATO, decidiu antecipar a mobilização e o empenhamento de uma companhia de infantaria [composta por 174 elementos], que atuará na Roménia“, anunciou António Costa, garantindo que “todos estão unidos”.
O primeiro-ministro esclareceu que a decisão da NATO é “reforçar os batalhões de combate permanentes no território em vez de, neste momento, enviar equipas de reforço”.
António Costa falava aos jornalistas no Ministério da Defesa Nacional, acompanhado pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, depois de ter estado reunido à distância com os líderes dos países membros da NATO.
“Vários outros países estão neste momento também ou a antecipar ou a reforçar, ou a decidir reforçar a sua participação junto destes países [limítrofes da Ucrânia] de forma a termos uma posição clara de unidade e de dissuasão relativamente à atuação da Rússia”, acrescentou o primeiro-ministro.
O Conselho Superior de Defesa Nacional deu na quinta-feira parecer favorável, por unanimidade, a propostas do Governo para a eventual participação de meios militares portugueses em forças de prontidão da NATO.
“O Conselho deu, por unanimidade, parecer favorável às propostas do Governo para a participação das Forças Armadas Portuguesas no âmbito da NATO, que se seguem: 1. Ativação da Very high readiness Joint Task Force (VJTF) e das Initial Follow-On Forces Group (IFFG) para eventual empenhamento nos planos de Resposta Graduada da NATO. 2. Eventual antecipação do segundo para o primeiro semestre de projeção de uma companhia do Exército para a Roménia“, lê-se num comunicado.
RÚSSIA “NÃO PODE SEQUER SONHAR EM TER QUALQUER AÇÃO AGRESSIVA” AOS MEMBROS DA NATO
António Costa aponta para uma união entre países e avisa que, apesar da Suécia e da Finlândia não serem membros da NATO, “são independentes e, na sua liberdade, podem decidir com quem participam e de quem são aliados”.
“Não só tem de parar a agressão militar na Ucrânia como não pode sequer sonhar em ter qualquer ação agressiva relativa a qualquer país da NATO ou amigo da NATO”, avançou o primeiro-ministro.
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