Os autocarros que retiraram civis de Mariupol demoraram três dias a chegar a Zaporíjia, um território controlado pelo Governo ucraniano. A maior parte dos que vieram através deste corredor humanitário são sobreviventes do complexo industrial de Azovstal. A operação de resgate foi coordenada pelas Nações Unidas e pela Cruz Vermelha Internacional.
Durante a destruição de Mariupol, alguns destes civis encontraram refugio no intrincado subsolo do complexo industrial, paredes meias com o controverso regimento Azov. A oportunidade para sair surgiu com um breve cessar-fogo, após a intervenção das Nações Unidas.
A caravana apenas pôde recolher mais 58 civis na localidade de Manhush, 20 quilómetros a oeste de Mariupol. No total foram resgatadas 127 pessoas. Os autocarros demoraram três dias a percorrer cerca de 300 quilómetros por estradas secundárias, com inúmeros postos de controlo e debaixo de bombardeamentos.
Mulheres, pessoas idosas e crianças tiveram acesso aos primeiros cuidados médicos, alimentares em segurança, depois de semanas sem ver a luz do dia. No complexo industrial estima-se que ficaram ainda 200 civis. Em toda a região haverá milhares de pessoas.
As forças russas detiveram uma mulher que seguia na caravana, acusada de ligações ao exército ucraniano. Em Zaporíjia, familiares dos militares que permanecem em Azovstal, alguns gravemente feridos, manifestaram-se.
A vice primeira ministra ucraniana, em entrevista à SIC, alertou para a continuação dos bombardeamentos e diz que civis estão a ser usados como escudos humanos. Iryna Vereshchuk disse ainda que o exército russo não permitiu que mais pessoas tivessem sido resgatadas pelos autocarros no caminho.
CONFLITO RÚSSIA-UCRÂNIA
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