Os três milhões de residentes de Kiev emergiram do recolher obrigatório de 39 horas para uma cidade cada vez mais distante da que existia há menos de uma semana.
Os carros circulam em menor número e estão sujeitos às demoras dos postos de controlo erguidos em busca de sabotadores.
Há longas filas para supermercados, para as farmácias, para levantar dinheiro e pôr gasolina. Muitos tentam ainda sair de Kiev.
As forças russas cercam a cidade. Estarão, de acordo com o Reino Unido, a menos de 30 quilómetros do centro.
Muitos dos mais indefesos habitantes de Kiev não conseguiram nem sair da cidade, nem voltar à superfície, saindo dos bunkers improvisados.
O maior hospital pediátrico da Ucrânia encolheu para conseguir mudar-se para a cave do edifício, onde foi improvisada uma ala para os mais vulneráveis. Aqui permanecem os que estão demasiado fracos para recuperar em casa, ou ser transferidos para hospitais do lado ocidental do país.
Os responsáveis pela gestão deste hospital público dizem que têm reservas de medicamentos para um mês, mas já há escassez de outros bens essenciais.
Nos últimos dias, a cave recebeu quatro crianças com ferimentos de balas ou estilhaços, uma acabou por ser operada aqui, apesar da falta de condições.
Por enquanto, o hospital e a cidade resistem ao cerco.
Especial Conflito Rússia-Ucrânia
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